Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Estadão
Publicado em 4 de julho de 2024 às 22:07
Clery Cunha, cineasta renomado por obras como Joelma 23º Andar e O Rei da Boca, morreu nesta quinta-feira aos 85 anos em sua residência em São Paulo, após uma batalha contra o câncer. Nascido em Leopoldo de Bulhões, Goiás, Cunha foi um dos grandes nomes da Boca do Lixo, área central paulistana conhecida pela produção de filmes de apelo popular.>
Seu filme mais famoso, Joelma 23º Andar (1980), é uma reconstituição do trágico incêndio no edifício Joelma em 1974, baseado em Somos Seis, obra psicografada por Chico Xavier, no qual o espírita transcreveu uma carta de digitadora Volquimar Carvalho dos Santos. O filme combinou cenas ficcionais com imagens reais da tragédia, destacando-se pelo seu tom documental e espiritual. Cunha se tornou um pioneiro do cinema espírita ao adaptar a história da jovem.>
Mas sua carreira teve início como operador de cabo na TV Tupi em 1956, mas rapidamente expandiu seus talentos para atuação e direção no teatro e rádio. Atuou em peças como Sorocaba Senhor e O Amor Venceu, além de dirigir Pluft, o Fantasminha e Entre Quatro Paredes. No entanto, foi no cinema que Cunha encontrou sua verdadeira vocação.>
Cunha também dirigiu outros filmes marcantes da Boca do Lixo, como Os Desclassificados (1972), um suspense inspirado em um crime real, e A Pequena Órfã (1973), um melodrama baseado em uma telenovela da TV Excelsior. Sua carreira foi marcada por uma forte influência dos quadrinhos, seriados policiais e faroestes, refletida em suas produções de apelo popular.>
Clery Cunha deixou um legado no cinema brasileiro e no gênero espírita, com a representação das classes populares. Seu trabalho na Boca do Lixo contribuiu para a diversificação e popularização do cinema nacional.>