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Elis Freire
Publicado em 12 de novembro de 2024 às 19:49
O deputado Lucas Bove do PL acusado de agredir a influenciadora Cintia Chagas, foi acusado de ter agredido outra ex -namorada: a arquiteta Dudi Duarte. Segundo o portal Leo Dias, o político expulsou Dudi, companheira com quem morava, sem roupas, apenas com a parte de baixo do biquíni.
Cíntia Chagas defendeu a ex-namorada de Lucas Bove nas redes sociais nesta terça (12): “Vivenciou o mesmo que eu”, afirmou. Ela respeitou a decisão de Dudi de não se pronunciar publicamente sobre o caso. A mulher teria sido expulsa em situação parecida com a influenciadora.
A jovem teria sido colocada para fora de casa e Lucas Bove teria jogado a parte de cima pela janela e dito o mesmo que disse para a professora, que dá dicas de etiqueta nas redes sociais: “Se vira”.
Relacionamento abusivo e agressão
Em 21 de outubro deste ano, Cíntia Chagas pediu à Justiça a prisão do seu ex-marido, o deputado estadual Lucas Bove (PL). A influenciadora entrou com o pedido de prisão preventiva do parlamentar na última quinta-feira (17). O motivo é que o político estaria descumprindo medidas cautelares impostas no processo.
Segundo a advogada Gabriela Mansur, que representa Cíntia, o deputado, que é vice-líder do PL na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) e é apontado como agressor da ex-mulher em ação de violência doméstica, desobedeceu ordens judiciais. A defesa de Cíntia sustenta que o deputado não poderia ter se manifestado direta ou indiretamente sobre o assunto nas redes sociais, conforme determinação judicial, mas, na semana passada, ele comentou sobre o caso na tribuna da Alesp e nas redes sociais. Na ocasião, ele disse que "jamais encostaria a mão para agredir uma mulher" e que "a verdade será restabelecida".
Após as denúncias de Cíntia Chagas, a Justiça concedeu uma medida protetiva que proíbe Bove de se aproximar da sua ex-mulher ou se comunicar com familiares dela, além de não poder frequentar os mesmos lugares que ela, sob pena de prisão preventiva. No pedido de prisão, a defesa de Cíntia também lembra que o acusado vazou ilegalmente uma conversa entre os dois que "compromete a vida pessoal, a intimidade e a privacidade" da vítima. O conteúdo chegou a ser publicado em um site de notícias.
Além das acusações de agressão contra a ex, Lucas Bove é alvo, ainda, de um pedido de cassação protocolado na Alesp por parlamentares mulheres do PT e do PSOL, que solicitam o fim do mandato do parlamentar por violência doméstica.
Por meio de nota, a advogada Gabriela Mansur rebateu a defesa de Bove. "A decretação de prisão em casos de violência doméstica é consequência do descumprimento de medida protetiva de urgência, com base no artigo 24-A da Lei Maria Penha. É um crime contra a administração da Justiça, por desobediência à decisão judicial. Não existe qualquer perseguição injusta, irreal ou exagerada. São questões técnicas e processuais pautadas na Lei. Contra fatos não há argumentos. Lucas vem, desde o dia 10 de outubro, descumprido medida protetiva de urgência, de não mencionar fatos do processo, não dar entrevistas, não falar sobre a vida pregressa do casal direta ou indiretamente. Todos esses fatos foram relatados nos autos e estão sendo submetidos ao Ministério Público e ao Poder Judiciário", afirmou a advogada de Cíntia Chagas.
Cíntia Chagas e Lucas Bove terminaram o casamento em outubro de 2023, sete meses após se casarem na Itália. Segundo a influenciadora, as ameaças e agressões começaram dois meses antes, quando ela se recusou a parar um jantar para tirar foto ao lado de Jair Bolsonaro (PL) e da esposa, Michele Bolsonaro (PL).