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Monique Lobo
Publicado em 29 de novembro de 2024 às 18:40
A história do Porto de Salvador, que já foi o maior do Brasil e do Atlântico Sul, é contada no documentário “Porto de Origem”, do cineasta Bernard Attal. O projeto, produzido e distribuído pela Santa Luzia Filmes, vai ser lançado neste mês de dezembro.
O longa, que é uma ode à valorização do patrimônio histórico da cidade, busca retratar o Comércio, bairro que vive um processo de revitalização, mas ainda se encontra esvaziado. A inspiração do cineasta aconteceu após ele encontrar, em arquivos da sua avó francesa, um velho título de investimento no Porto de Salvador, incentivando-o a buscar os segredos do antigo Porto do Brasil.
Attal espera que o documentário possa sensibilizar a população e os órgãos públicos sobre a importância da região para a cidade. “‘Porto de Origem’ é um filme que eu tinha interesse em fazer há muitos anos. O processo de pesquisa já vínhamos fazendo por conta do Trapiche Barnabé, que estamos reformando. Nessa busca, a importância histórica, sociológica e cultural do Comércio, não só pela Bahia mas pelo país todo, ficou cada vez mais clara”, falou o cineasta.
O projeto levou cinco anos para ser concluído, tendo sido iniciado antes da pandemia. No longa, passeando na região portuária, o cineasta observa os traços da sua história, sua arquitetura esplêndida, suas obras de arte, seus negócios tradicionais, suas empresas e a coragem de uma população eclética que resiste no local.
O filme se constrói a partir de dois eixos narrativos. O primeiro deles parte do fascínio de Bernard Attal pelo antigo porto, sua glória passada e também as cicatrizes da escravidão até o declínio que começou na segunda metade do século passado. O interesse do cineasta também carrega um tom sentimental, uma vez que ele trabalha na região e está envolvido na reforma do Trapiche Barnabé, localizado no Comércio, um importante espaço cultural de Salvador que foi construído no século XVIII.
Já o segundo eixo se concentra em olhar para o futuro, no que o Porto de Salvador pode vir a se tornar a partir de ações de revitalização, transformando-se novamente em um lugar vibrante. O filme, então, apresenta um olhar audacioso e imagético, projetando a região já reformada e novamente pulsante.
“A condição precária de muitos prédios históricos no Comércio mostra que há muito trabalho a ser feito. A história do Porto de Salvador se inicia no período colonial, desde meados do século XVI, quando os Trapiches eram utilizados para comercializar mercadorias de Portugal e exportar a produção agrícola do Recôncavo. Esse patrimônio único que vai se constituindo ao longo de cinco séculos deve ser a raiz a partir da qual se pode construir um grande futuro, como foi feito em muitos outros portos no mundo”, reforça Attal.
Confira o trailer do documentário: