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Heider Sacramento
Publicado em 18 de dezembro de 2024 às 13:46
A reabertura do Candyall Guetho Square, celebrada pelo cantor e percussionista Carlinhos Brown, marca um momento de renovação para o cenário de shows em Salvador. O espaço, localizado no coração do bairro do Candeal, é símbolo de resistência e expressão cultural, e volta a movimentar a comunidade enquanto celebra os 40 anos de Axé Music, ritmo que projetou a música baiana para o mundo.
Em entrevista ao CORREIO, Carlinhos Brown destacou o propósito do Guetho Square e a ressignificação do termo “gueto”. “Muita gente confunde a palavra gueto com um lugar de negros abandonados. Nós buscamos ressignificar isso. Gueto não é mais um lugar de abandono. É um espaço que une cultura, espiritualidade e ação social”, afirmou o artista.
Com o retorno de suas atividades, o Candyall Guetho Square já recebeu shows especiais de Claudia Leitte e da própria Timbalada, promovendo a tradicional “Volta no Guetho”, que reúne baianos e turistas em celebração à cultura baiana. “Buscamos organizar eventos que retornem economicamente e culturalmente para a comunidade”, ressaltou Brown, que há mais de 30 anos lidera iniciativas sociais no bairro por meio da Pracatum, ação que capacita jovens e promove avanços educacionais e culturais.
Mais que uma casa de shows, o Guetho Square se tornou um espaço plural, acolhendo desde festas religiosas até movimentos culturais e sociais. Para Brown, essa diversidade é a essência do local. “O Guetho Square não é apenas sede da Timbalada, mas um espaço para festas religiosas, movimentos culturais e sociais”, concluiu.
40 anos de história e celebração
A reabertura do Candyall Guetho Square reafirma o papel do espaço como um marco na música e cultura baiana, unindo tradição e inovação e neste contexto que Carlinhos Brown celebra as quatro décadas da Axé Music, movimento que ajudou a consolidar. “Eu trabalho há 40 anos sem interrupções, pra hoje bater no peito e dizer: eu sou a música. Se alguém quer ver a vitória do Axé Music, olhe no meu nariz, que você vai ver como nós somos vitoriosos”, destacou o artista, reforçando sua contribuição para o gênero.
Para quem acredita que a Axé Music perdeu relevância, Brown defende a continuidade e a vitalidade do ritmo. “Eu continuo compondo, fazendo música, com shows esgotados, escrevendo para cinema e teatro. Como é que eu posso dizer que esse movimento está ruindo? O Axé não está ruindo, e eu vou celebrar isso”, concluiu.
Como parte das comemorações dos 18 anos da Bahia FM, o artista participou nesta quarta-feira (18) do programa Fuzuê, apresentando seu maiores sucessos e divertindo os ouvintes.