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Publicado em 22 de dezembro de 2023 às 21:50
O secretário municipal de Cultura e Turismo (Secult), Pedro Tourinho, fez um novo desabafo após a cantora norte-americana Beyoncé aparecer, de surpresa, na festa "Club Renaissance", nesta quinta-feira (21), em Salvador. O evento ocorreu no Centro de Convenções, na Boca do Rio, para promover o lançamento do novo filme da artista.
Em texto publicado nas redes sociais, Tourinho falou sobre a potência da cidade, como a cidade mais preta fora da África, e também voltou a falar sobre o fato das marcas ainda focarem no eixo Sul-Sudeste. "Salvador pode não ser a maior cidade do Brasil, muito menos a capital mais rica, mas é a maior cidade negra fora da África do mundo. A cultura do Brasil é negra, a cultura pop do mundo é negra, portanto, em que outro lugar do mundo Beyoncé deveria estar senão em Salvador?", iniciou o titular da Secult.
"Segredo. Surpresa. Stunt. A importância de ficar calado, manter silêncio, trabalhar deixando baixo, até que as coisas realmente aconteçam numa explosão de alegria. Segurar as notinhas e vazamentos para imprensa. A mágica acontece muito mais forte entre a tensão e a revelação", continuou.
O secretário falou que a cantora norte-americana fez muito mais do que qualquer outra marca pela capital baiana neste ano. "Beyoncé é uma mulher de negócios. Dentre todas as cidades do mundo resolveu fazer a estreia internacional do seu filme em Salvador. O que ela viu em Salvador que nenhuma outra marca, grande empresa, agência de publicidade de São Paulo viu? A cultura negra de Salvador segue sendo negligenciada pelas marcas, e podemos dizer Beyoncé investiu do próprio dinheiro em Salvador mais do que qualquer outra marca esse ano. E teve resultado", seguiu.
Tourinho relatou como foi a participação da "Queen B", e ressaltou que a artista celebrou seus ancestrais. "Beyoncé entrou ao som da Banda Didá, apenas mulheres negras, tocando Samba Reggae, Faraó, abrindo alas para a rainha que chegou envolta em prata e na bandeira da Bahia. "one of one, number one, the only one, BAHIA." Isso é respeito e celebração à terra que se está pisando, a quem veio antes, aos protagonistas daqui", acrescentou.
O gestor elogiou ainda todos os envolvidos na mega-produção. "Toda equipe de produção local que abraçou o projeto com maestria, toda equipe internacional da artista, conhecida pelo perfeccionismo e eficiência, são formadas majoritariamente por mulheres negras. Não é o futuro, é o presente, o hoje, é das mulheres negras, é o poder de realização com amor, humor e potência", pontuou.
"Ao terminar sua participação eterna de 5 minutos, Beyonce apresenta, celebra e passa o bastão para Lunna Monty, mother da house Afrobapho, por suas próprias palavras, travesti, preta e periférica, que com sua performance transformou a cultura negra queer de Salvador e a conectou com o mundo. Merecido e necessário", afirmou Tourinho.
Para o secretário, Beyoncé deixou várias lições em sua passagem meteórica pelo Brasil: "Fãs em primeiro lugar. Desde o início a experiência foi completamente focada nos fãs, que viveram uma noite riquíssima, com comes e bebes e cuidados mil, presentes, elementos, refs e histórias que ficarão na memória de quem veio e de quem viu".
"Ela fez o certo, o perfeito, o impecável: voou por 10 horas direto para Salvador, celebrou a cultura local, abraçou os fãs e serviu um evento de primeira, deixou seu legado e voltou linda para seu avião. E assim, colocou Salvador no mapa do mundo, quem não conhece vai procurar saber, porque ela escolheu Salvador", afirmou.
"Parkwood, Beygood, Globo, IDworks, Potyra e seu time. Que eficiência, elegância, cuidado e consciência em todas as etapas dessa produção. A cidade de Salvador agradece muito, muito e muito por terem acredito, investido e entregue uma noite mágica para todos", concluiu Pedro Tourinho.