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Da Redação
Publicado em 16 de abril de 2019 às 13:27
- Atualizado há 2 anos
O nome tem um certo tom aristocrático, pois o adorno era usado na realeza francesa entre os séculos XVII e XVIII. Já ouviu falar em boiserie? É um tipo de moldura de parede que faz um retorno triunfal à decoração contemporânea, carregando um classicismo de outrora. Mas, afinal, como utilizar esse recurso sem parecer que se está em um castelo de época? No Chalé 1771, do escritório TRPC Arquitetos, as boiseries foram pintadas no mesmo tom das paredes (Foto: Renato Santana/CORREIO) “A melhor forma de atualizar é apostar na monocromia, pintando paredes e molduras no mesmo tom”, explica o arquiteto Tiago Schultz. Foi exatamente o que ele fez no escritório TRPC Arquitetos, localizado em uma casa dos anos de 1950, no Corredor da Vitória, conhecida como Chalé 1771.
“Outra boa ideia é desobedecer os limites dos requadros, fazendo pinturas em desenhos geométricos, ou mesmo pendurando quadros, propositalmente, fora das caixinhas da boiserie, como uma parede de galeria”, diz o arquiteto. (Foto: Renato Santana/CORREIO) Onde usar Essa forma de adornar a parede é bem versátil e pode ser aplicada em vários ambientes, mas cada qual exige uma especificidade. “Em quartos de bebês, uso a boiserie em estilo arredondado, com arabescos, deixando o ambiente mais clássico”, dá a dica a designers Adriane Lins. Outro uso criativo, ainda nesse espaço, é recorrer ao papel de parede, apostando em um mix com estampas diferentes. “Já em salas, prefiro linhas retas, para que a decoração tenha um estilo mais moderno”, complementa Adriane.
Seguindo esse estilo no qual o contemporâneo abraça o clássico, uma mistura de elementos faz toda a diferença no decor. “Para quebrar um pouco o aspecto rebuscado e formal da boiserie, uma boa dica é incluir, na mesma parede, peças mais descontraídas e criativas, como posters e iluminação diferenciada”, esclarece a dupla de arquitetas Rosário Calmon e Fátima Romeu. Na sala pensada pela dupla Rosário Calmon e Fátima Romeu, uma boa mistura dá o tom (Foto: Divulgação) Camuflagem O uso antigo das boiseries nos palácios - principalmente em Versalhes - funcionava para esconder portas de serviço menores que as principais. “Levando em conta que o pé- direto dos palácios era muito alto, elas acabavam se destacando demais. Para camuflar isso, usava-se os requadros, com o intuito de dar um ritmo simétrico ao ambiente”, explica Tiago.
Aproveitando essa dica de época, mas adaptando para os dias de hoje, podemos usar as boiseries para esconder armários embutidos e entradas de espaços intímos, utilizando esse efeito de emolduramento, para enganar o olhar. No quarto de bebê projetado por Adriane Lins, o mix de estampas atualiza os requadros (Foto: Divulgação) Tipos O nome já indica a origem: ‘bois’ vem do francês e quer dizer madeira. Mas, hoje em dia, as boiseries podem ser confecionadas em diversos materiais, como isopor revestido para a pintura e gesso.
Essas máterias-primas alternativas barateiam o custo, pois, se voltarmos ao passado, todos esses requadros, feitos em madeira maciça ou pintados à mão, eram um luxo. Os valores dependem dos fabricantes e do espaço. Uma régua do material com 2,60 metros custa, em média, R$ 70.