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Rafaela Fleur
Publicado em 3 de setembro de 2018 às 15:57
- Atualizado há 2 anos
Já aconteceu de você pegar o celular com um objetivo específico e, de repente, se dar conta de que esqueceu completamente o que iria fazer? E de você terminar o almoço sem sentir que comeu direito?
Se sim, saiba que essas situações podem ser sinais de que você está vivendo em modo automático, bem longe do tempo presente e em constante estado de distração. No entanto, é possível reverter esse quadro. E é exatamente aí que entra o mindfulness.
“A palavra mindfulness foi traduzida como atenção ou consciência plena. É uma postura frente à vida em que escolhemos vivenciar o momento presente tal como ele é, sem julgamentos de bom ou ruim, certo ou errado. Isso pode ajudar a desenvolver mais clareza mental, concentração, aceitação, foco e compaixão” explica Liana Peixoto, psicóloga, instrutora e pesquisadora de mindfulness na Ufba.
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Portanto, mindfulness nada mais é do que viver 100% no agora, evitando distrações e se concentrando no que está acontecendo. E para fazer isso, segundo Liana, não tem mistério.
“Se temos corpo, respiração e consciência disso, já temos todos os elementos necessários para a prática”, comenta a psicóloga. De acordo com ela, quanto mais se vive no presente, menos se irrita com problemas cotidianos, como trânsito, discussões e correria. Mindfulness não é meditação e pode ser praticada durante qualquer situação (Fotos: Shutterstock/Reprodução) Aliás, o mindfulness pode controlar a ansiedade e até auxiliar no emagrecimento. Um estudo de 2017 da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, revelou que prestar atenção aos sinais de fome e saciedade, planejar o cardápio, concentrar-se só na comida durante as refeições e focar no sabor do alimento ajudam a perder peso.
Não é meditação As práticas de atenção plena não têm fundo religioso e nem devem ser confundidas com meditação, avisa Liana.
“Isso é importante para compreender o conceito. Mindfulness não é só uma técnica, mas um estilo de vida comprometido com uma vivência integral do presente. Expande para o cotidiano ações que nos auxiliam a estarmos mais presentes”.
Como começar Decidiu que quer se tornar uma pessoa mais focada? O segundo passo é escolher qual das práticas é a mais indicada para você. De acordo com o instrutor Paulo Henrique Luz, existem dois tipos: formal e informal.
“Na formal, você está sentado, deitado ou em movimento, tomando consciência do que surge no momento. Já as práticas informais levam a sua atenção para as tarefas do dia a dia, como almoçar ou conversar com sua família”, esclarece Paulo.
Assim, na prática formal, há tempo e espaço devidamente reservados para exercitar a prática, enquanto a informal é a aplicação ao cotidiano.
Existem livros e vídeos no Youtube sobre como exercitar a atenção plena. Mas, segundo os especialistas, uma das melhores opções é procurar um instrutor capacitado e certificado. A Rede Abramind (abramind.org) funciona como uma associação de instrutores. Nela, é possível encontrar profissionais de todo o país.
“Normalmente, os cursos de mindfulness duram oito semanas. São propostos exercícios para que a pessoa passe a incluir gradativamente a postura na rotina”, explica Liana.
A fotógrafa baiana Luciana Brito, 47, fez o curso. “Decidi fazer para melhorar a minha relação com a vida e o mundo, diminuir a ansiedade e aceitar a vida como ela é. O curso me deu isso e muito mais. Minha ansiedade reduziu muito e meu autoconhecimento, o que eu nem esperava, cresceu exponencialmente”, revela ela, que pagou R$ 700. “Valeu cada centavo!”, garante.
Quem também não pensa duas vezes antes de indicar é a psicóloga Fernanda Ladeia, 30. “A experiência foi bem interessante, trouxe muita leveza. Foram oito semanas de duração e uma imersão na natureza, em silêncio. Estou cada vez mais no momento presente”, comenta Fernanda.
*Com orientação do editor Victor Villarpando Siga o Bazar nas redes sociais e saiba das novidades de gastronomia, turismo, moda, beleza, decoração e pets: