Baianos Maíra Azevedo e Érico Brás estão em 'Toda Família Tem'

Série cômica estreia nesta sexta-feira (12) no Prime Video

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Publicado em 8 de julho de 2024 às 12:38

Érico Brás (em pé, de vermelho) e Maíra Azevedo (sentada, segunda à esquerda)
Érico Brás (em pé, de vermelho) e Maíra Azevedo (sentada, segunda à esquerda) Crédito: Mariana Vianna/divulgação

Um programa sobre a família e para assistir em família. É essa a ideia de Toda Família Tem, comédia que estreia nesta sexta-feira (12) no Prime Video. Na série, Pê (Pedro Ottoni) é um garoto de 19 anos que vive em São Paulo, cuja rotina muda repentinamente quando ele precisa retornar com a família para a casa da avó no Rio de Janeiro, onde sua vida privilegiada cheia de liberdade e conforto chega ao fim.

Acostumado à privacidade e a estar perto dos amigos de infância, o jovem agora vai ter que aprender a dividir seu espaço com muita gente: a Vó Geni (Solange Couto), a matriarca da família; seus pais Deise (Maíra Azevedo) e Jorge (Érico Brás); suas irmãs Pietra (Betânia Campos) e Paty (Gabriela Dias); o irmão PH (Ramon Francisco) e o sobrinho fofoqueiro Marcelinho (Caíque Ivo). Juntos, eles vão viver os perrengues de uma família tipicamente brasileira, como a falta de dinheiro, as brigas na hora do jantar e o conflitos entre gerações.

No elenco, estão os baianos Maíra Azevedo - influenciadora e atriz conhecida como Tia Má - e Érico Brás, cria do Bando de Teatro Olodum, que já estrelou produções como as séries Ó Paí Ó e Tapas & Beijos. Os dois, que já se conheciam nas andanças por Salvador, nunca haviam trabalhado juntos. “Conheço Maíra de Salvador, já trabalhei com uma tia dela. Então, quando nós entrávamos em cena, parecia que a gente já tinha trabalhado junto há muito tempo”, diz Érico. Segundo o ator, o clima na gravação era de tanta intimidade, que às vezes até criava um probleminha: “De vez em quando, a gente tinha que dizer ‘a gente precisa parar, porque já estamos passando do texto. Estamos enlouquecendo!”, diverte-se Érico com a lembrança.

Sotaques

Chama a atenção a diversidade de sotaques em tela e nota-se que não houve uma preocupação em uniformizar a maneira como os personagens falam. Além dos baianos citados e que não se preocupam em disfarçar sua prosódia, Pedro Ottoni é carioca e Duda Pimenta - paixão de Pê - é paulistaníssima, com direito a todos os “r” bem puxados. Tem ainda outra atriz de sotaque marcadamente carioca, que é Solange Couto, atriz veterana que ficou marcada pela personagem Dona Jura, do bordão ‘Né brinquedo não’.

Yasmin Thayná, que dirige a série com Cris D’Amato, defende essa diversidade: “É comum na formação do país que as famílias sejam diversas. É difícil encontrar uma família no Brasil em que todos venham do mesmo lugar. Então, foi muito natural para a gente”. Além disso, Toda Família Tem é uma produção da Black Pen, que, em seu site, diz que um dos principais objetivos da empresa é “evitar a reprodução de estereótipos que existem há anos no audiovisual”. A diversidade, portanto, é coerente com os objetivos da produtora, que tem como um de seus fundadores o ator Jonathan Haagensen, que vivia o Cabeleira no filme Cidade de Deus (2002).

Tia Má admite que até tentou dar um tom diferente à maneira como sua personagem fala: “Eu queria fazer uma baiana que vai para São Paulo e volta falando ‘asssiiiimmm’ [diz, imitando o sotaque paulistano]”, brinca a atriz. “Mas depois entendemos que era importante mostrar isso: ‘sou uma baiana e quero que os baianos se reconheçam em mim’. Além disso, é importante lembrar que, quando eu falo, eu estou dizendo de onde eu venho”.

Pedro Ottoni, que vive o protagonista Pê, deu uma contribuição extra à série, como corroteirista e um dos criadores. “A Black Pen disse que queria criar uma série sobre uma família brasileira, que mostrasse o Brasil na tela, com diversão, comédia e leveza. Me chamaram para a criação dos personagens e das sinopses. Depois, veio o convite para participar do roteiro”. O ator esteve em séries como De Volta aos 15 e A Sogra que Te Pariu, da Netflix, e no filme Pai em Dobro, no mesmo streaming.

O intérprete de Pê tornou-se popular nas redes sociais, onde faz vídeos bem-humorados sobre o cotidiano e tem mais de um milhão de seguidores no total. Criado no subúrbio do Rio, o ator/roteirista reforça o princípio da Black Pen, de fugir de estereótipos. “Quero que as avós, mães e tias se identifiquem e se divirtam com as personagens. E que os jovens olhem para a tela e pensem: ‘ela é igualzinha a minha vó, a minha mãe”.

Muito identificado com a comédia por causa dos vídeos que produz, Pedro parece ter se rendido ao gênero e assume que escreveu o papel para ele mesmo: “Quando veio a possibilidade, decidi escrever o Pê pensando em mim. Puxei mesmo o meu saco”, brinca o ator.