Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Luiza Gonçalves
Publicado em 16 de abril de 2024 às 08:45
Desde o seu lançamento em 2020, Bridgerton tornou-se uma das séries mais aclamadas da Netflix nos últimos anos, gerando uma legião de fãs para a adaptação de Shonda Rhimes da saga de romances da autora estadunidense Julia Quinn.
O caminho trilhado nas duas temporadas anteriores e no spin-off Rainha Charlotte parece ter se solidificado, especialmente na pluralidade de vozes femininas. Mesmo ambientada numa sociedade que não era pensada para as mulheres, as personagens conduzem a narrativa, dominam as telas e tornam-se mais poderosas, como se verá na próxima temporada, que estreia no dia 16 de maio.
“Estou muito orgulhosa do fato de que em Bridgerton nós retratamos praticamente todas as mulheres. E eu acho que retratamos de uma forma realmente equilibrada, onde há bagunça, conflito, dificuldades, erros e nós celebramos isso. Algumas das personagens você pode não gostar, porque elas são retratadas como as vilãs e outras você pode amar porque são retratadas como o diamante ou a bela”, afirma a atriz Golda Rosheuvel, que interpreta a Rainha Charlotte.
Embora tenham começado como coadjuvantes na primeira temporada, as personagens Charlotte, Lady Danbury (Adjoa Andoh) e Lady Violet Bridgerton (Ruth Gemmell) passaram por um momento de virada com o spin-off Queen Charlotte.
O público pode saber mais sobre suas personagens, detalhes do passado, suas motivações e elas foram conectadas entre si por temas como maternidade, luto, solidão e liderança. “A série nos ajudou a ver Lady Danbury jovem, entender as dificuldades de seu primeiro casamento, de se apaixonar e crescer como uma jovem mulher que percebeu que o conhecimento era poder e que ela poderia usá-lo para garantir o futuro de seu filho e de sua família. Acho que conseguimos entender muito disso”, explica Adjoa Andoh.
A atriz revela que na nova temporada de Bridgerton, toda essa confiança construída por Lady Danbury será posta à prova por alguém de seu passado que retorna trazendo questionamentos à sua vida.
Novas emoções
Assim como ela, Ruth Gemmell, que interpreta Lady Bridgerton, conta que sua personagem também enfrentará novas emoções, dando sequência ao seu processo de redescobrimento pessoal iniciado no spin-off: “Ao ver dois de seus filhos saírem de casa, se casarem e serem muito, muito felizes, é como se um espelho fosse erguido diante dela e ela visse o quão solitária está, o quanto sente falta de Edmond e, por mais que isso sempre permaneça, que ela precisa abraçar a vida novamente. Vamos ver isso: ela tentando, muito timidamente, mergulhar o dedo do pé no lago do amor”.
Durante a coletiva de imprensa via Zoom de que o CORREIO participou, as atrizes foram questionadas por um dos repórteres sobre como se sentiam sendo as integrantes mais velhas da produção, se isso trazia uma sensação de maior maturidade em relação ao resto do elenco. “Eu acho que é uma pergunta que está sendo feita com alguma frequência, o que eu nunca havia pensado”, respondeu ironicamente a intérprete da Rainha Charlotte, ressaltando em seguida a união geracional de feminilidade abordada no universo Bridgerton. “Isso é realmente empoderador”, defendeu.
“Somos atores. Ganhamos a vida nos vestindo e fingindo ser outra pessoa, o que é o que as crianças pequenas fazem. Você sabe, então, nunca vamos ser maduros. Eu não quero ser madura”, brincou Adjoa Andoh. Para ela, os colegas de elenco estão todos no mesmo patamar, mas a bagagem da experiência lhes permite estar mais à vontade e se divertir sem tanta ansiedade nas interpretações.
Representando três núcleos importantes da série e multiplicadoras de opinião numa sociedade em que a informação circula majoritariamente no boca a boca, o diferencial de Lady Bridgerton, Rainha Charlotte e Lady Danbury está exatamente no poder da informação e em como elas a utilizam para se articular no universo fantasioso.
“Você pode chamar isso de fofoca ou pode dizer que o conhecimento é poder. São formas de obter informações e o que essas mulheres fazem é: elas têm um objetivo em mente e precisam descobrir como fazer o que elas desejam acontecer, e para fazer isso elas precisam de informações. Neste programa nós chamamos de fofoca, mas para mim é apenas informação, porque às vezes, quando tem uma inclinação feminina, ela recebe um nome pejorativo“, afirma Adjoa Andoh.
*Com orientação da editora Dóris Miranda