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Roberto Midlej
Publicado em 4 de dezembro de 2024 às 06:36
Exibição de curtas e longas de animação; concurso de games; rodada de negócios; debates sobre o futuro da indústria dos jogos e um ‘workchopp’ estão na programação da sexta edição do Animaí, que começa nesta quinta (5) e vai até domingo (8). Calma, leitor: nesse caso, estamos falando mesmo de ‘workchopp’ e não de workshop: “Uma oportunidade de milhões para se divertir, nesta oficina com cara de stand up, onde vamos dar muita risada, falar de animação e tomar chopp”, diz Ale McHaddo, diretora, roteirista e produtora que comanda a sessão na sexta, 17h, no Café Teatro 2 de Julho, no Irdeb.
O Animaí começou em 2007 e inicialmente era dedicado apenas à animação. Mas no ano seguinte, Aline Cléa, idealizadora do festival, percebeu que havia também uma brecha para os games, já que os profissionais que atuavam em uma área atuavam também em outra. Neste ano, haverá uma Mostra Competitiva de Games, que abrangerá prêmios de Melhor Jogo, Melhor Jogo Baiano, Melhor Arte, Melhor Design e Melhor Áudio.
Finalista em todas as categorias, o desenvolvedor de games Will Fernandes, que está com o jogo Shadow Sacrament como o único representante baiano na categoria Melhor Jogo, festeja: “Saber que Shadow Sacrament chegou à final em todas as categorias trouxe uma motivação extra. É uma oportunidade de mostrar o que a cena de games pode oferecer e de ter nosso trabalho reconhecido entre os melhores. É um evento que valoriza o esforço, a originalidade e a ousadia de cada equipe, inspirando novos talentos e impulsionando a indústria brasileira de jogos”.
E para quem gosta de longas de animação também não faltarão opções, incluindo a abertura, com a exibição de Arca de Noé, do baiano Sérgio Machado, nesta quarta, no Glauber Rocha, às 19h, com ingresso promocional a R$ 10. No domingo (8), o cineasta Ducca Rios será o homenageado com a exibição do filme Meu Tio José.
Sérgio e Ducca estarão também numa mesa sobre a Bahia no cenário da animação, no sábado, às 15h50, no Café Teatro Nilda Spencer, na Fundação Gregório de Mattos. Aline Cléa defende a homenagem a Ducca Rios, com a exibição de seu filme: “Ele é um dos grandes desenvolvedores de animação da Bahia e o filme dele está circulando na HBO e Amazon Prime. Além disso, representou o Brasil em vários festivais, como em Annecy, o maior do mundo”.
Meu Tio José parte do assassinato de José Sebastião Rios de Moura, um militante que atuava contra o governo militar. O conflito principal se desenrola por conta de uma redação que o garoto Adonias tem que escrever. A tarefa é pedida no mesmo dia em que Adonias, seu tio, sofre o atentado, em 1983, em Salvador. A história é baseada na experiência real de Ducca Rios, sobrinho de José. A voz de José é de Wagner Moura.
Crescimento
Leonardo Silva, diretor e produtor baiano que atua em animação, é também diretor criativo do Animaí. Para ele, a animação vive um momento de ascensão: “Durante a pandemia, aumentou o consumo de audiovisual no streaming. Além disso, hoje, a tecnologia está mais acessível que era, por exemplo, na época de Chico Liberato, pioneiro da animação na Bahia”.
Aline Cléa diz que ficou surpresa com os números do Animaí deste ano: “Foram inscritas 152 animação, incluindo nove longas para a mostra competitiva. Além disso, foram mais de 90 curtas nacionais, sendo 25 somente da Bahia”.
Ernani Rocha, um dos curadores do festival, destaca a importância desse mercado para a economia baiana: “Em São Paulo e no Rio, o mercado de games já está mais consolidado, mas, aqui falta aquele empurrãozinho para desenvolver mais. O Animaí está mudando isso”.
Animaí | Quinta-feira (5) a domingo (8), no Cine Glauber Rocha, Cineteatro 2 de Julho e Café-Teatro Nilda Spencer | Preços são variáveis | mais informações no instagram @animai.festival