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A potente literatura migrante de Léonora Miano

Escrito há 20 anos, Stardust é um relato cruel da vivência dos imigrantes africanos na Europa colonialista

  • Foto do(a) author(a) Doris Miranda
  • Doris Miranda

Publicado em 2 de janeiro de 2025 às 02:30

Léonora Miano esteve na Flip deste ano para lançar Stardust
Léonora Miano esteve na Flip deste ano para lançar Stardust Crédito: divulgaçao

A França é uma das nações europeias que mais exercem influência sobre suas antigas colônias. Tanto assim que o Franco CFA, por exemplo, continua sendo a moeda oficial de doze países francófonos das Áfricas ocidental e central. Entre eles, a República dos Camarões, onde nasceu a escritora Léonora Miano, uma das vozes mais celebradas na literatura da diáspora negra.

É justamente a relação sempre pouco justa entre esse passado e o presente que aparece na escrita da autora camaronesa radicada na França e que hoje mora novamente na África, mas em Togo. Segundo dados do Institut National de la Satistique et des Études Économiques, há 3,5 milhões de pessoas nascidas na África morando na França, 48% do número total de imigrantes.

Léonora quer evidenciar as condições precárias às quais os imigrantes, principalmente as mulheres, são submetidos na Europa. Exemplo claro está no urgente Stardust (Autêntica Contemporânea/ R$ 58 / 144 páginas), romance autobiográfico escrito há mais de duas décadas, e ainda tão atual, quando era uma jovem imigrante com um bebê de colo que foi forçada a se alojar em um abrigo para mulheres sem-teto.

“Não são os imigrantes que incomodam, mas os nossos filhos, que são franceses e não podem ser expulsos do país. A França é incapaz de aceitar que isso tudo é resultado de seu passado colonial”, diz.

Primeiro romance escrito por Miano, Stardust nos envolve na vida árida de Louise, uma jovem migrante em seu esforço de sobreviver na periferia de Paris. Longe dos estereótipos da Cidade Luz, o que vemos são a penumbra e a insalubridade dos abrigos para pessoas que vivem à margem, nos centros de reinserção e acolhimento, com suas violências, imersas no racismo e no colonialismo. Neste romance, a solidão e a busca pela dignidade andam juntas em dormitórios coletivos e pelas ruas que não aparecem nos cartões-postais.

“A história que Stardust conta está profundamente ancorada em nós. Ela é muito mais que um relato autobiográfico. É um mergulho no sentimento e no território de não pertencer”, diz a escritora carioca Eliana Alves Cruz, com quem Miano conversou durante sua passagem pela Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) este ano.

“Sou uma africana com orgulho. Venho da matriz da humanidade, as primeiras mulheres do mundo eram africanas. Acho que temos que ser a primeira referência. Enquanto as feministas ocidentais, que são normalmente imperialistas, falarem por todas nós e não tiverem referências africanas, (elas) não podem ser minha referência”, valida Miano, que também está lançando no Brasil o ensaio afrofeminista A Outra Língua das Mulheres e o romance Vermelha Imperatriz.

Obras de bell hooks
Obras de bell hooks Crédito: divulgação

Editora lança novos títulos da Coleção bell hooks

A editora WMF Martins Fontes está soltando nas livrarias três obras da sempre muito importante autora norte-americana bell hooks, uma da maiores pensadoras do feminismo: Funk Sem Cortes - Um Diálogo Contemplativo, Ensinando a Transgredir – A Educação Como a Prática da Liberdade, e Irmãs do Inhame, este de 2023.

Primeira obra da autora no Brasil, lançada em 2013, e a de maior sucesso, essa nova edição de Ensinando a Transgredir tem novo prefácio, capa inédita e projeto editorial repaginado. Nele, hooks escreve sobre um novo tipo de educação: a educação como prática da liberdade.

Para ela, ensinar os alunos a “transgredir” as fronteiras raciais, sexuais e de classe, e assim fazê-los alcançar o dom da liberdade, é o objetivo mais importante do professor. Ensinando a Transgredir, repleto de paixão e política, associa um conhecimento prático da sala de aula com uma conexão profunda com o mundo das emoções e sentimentos.