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Tharsila Prates
Publicado em 28 de janeiro de 2025 às 19:24
Escritora, jornalista, artista plástica e tradutora. Ganhadora do Prêmio Machado de Assis, em 2023, pelo conjunto da obra. Eleita em 2024 a personalidade literária pela Câmara Brasileira do Livro. Com mais de 70 obras publicadas tanto para o público infantil quanto para o adulto, essa é Marina Colasanti, que morreu aos 87 anos, nesta terça-feira (28), no Rio de Janeiro.>
Seu primeiro livro, Eu Sozinha, foi publicado em 1968. Desde então, Marina não parou de escrever, consolidando uma carreira literária de grande sucesso, com obras de poesia, contos, crônicas, romances e literatura infantojuvenil, além de ensaios sobre temas diversos. Ela também ilustra grande parte de sua obra, resgatando sua primeira formação como artista plástica.
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Sua obra é estudada em teses e trabalhos acadêmicos publicados em países como Estados Unidos, Espanha, Argentina, Colômbia e Cuba. Aos 80 anos, recebeu no México, em 2017, o Prêmio Iberoamericano SM de Literatura Infantil e Juvenil, um dos mais importantes da área, já concedido anteriormente a Bartolomeu Campos de Queirós e Ana Maria Machado, entre outros autores brasileiros.>
A Academia Brasileira de Letras (ABL) lamentou a morte: "Marina foi excelente escritora em vários gêneros: no romance, na poesia, na crônica. Seus livros e suas palestras arrebataram milhares de admiradores. Também artista plástica de talento, Marina foi dos raros artistas que atingiram o mesmo grau de excelência nas diversas áreas em que atuou". >
"Permanece, também, a imagem destemida da jornalista atuante, da defensora do feminismo, da mulher que sempre combateu o bom combate. Nosso abraço de solidariedade a seus familiares e amigos, unidos todos nós, agora, em torno de uma grande saudade e de uma inapagável lembrança", finaliza a nota.>
Sete obras da ítalo-brasileira e "carioca" da gema, nascida na Eritreia, foram premiadas com o Jabuti em diversas categorias, como contos, infantil e poesia. No ano passado, ela também foi eleita a Personalidade Literária da 66ª edição do prêmio. Conheça um pouco esses livros:>
Entre a Espada e a Rosa - Infantil ou Juvenil (1993): Neste livro, Marina Colasanti presenteia os leitores com contos envolvendo reis, rainhas, princesas e cavaleiros, repletos de beleza e sensibilidade, baseados em temas clássicos.>
Ana Z Aonde Vai Você - Infantil ou juvenil (1994): Ao descer em um poço, a jovem Ana explora esse novo mundo, encontra pessoas e situações curiosas, e acaba conhecendo a si mesma. A reflexão do livro é sobre o que aconteceria se a realidade se revelasse mais fantástica que a imaginação.>
Rota de Colisão - Poesia (1994): O poema que dá nome ao livro reflete sobre a vida, o envelhecimento e a morte. Um trecho diz assim: "Pensei entrar na velhice/ por inteiro/ como um barco/ ou um cavalo. Mas me surpreendo/ jovem velha e madura/ ao mesmo tempo./ E ainda aprendo a viver".>
Eu Sei, Mas Não Devia - Contos (1997): Quem nunca leu "Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia"? O livro integra um dos textos mais comentados da escritora. Acostuma-se a acordar sobressaltado, a esperar o dia inteiro e depois ouvir 'não posso ir', a pagar por tudo que se deseja, acostuma-se a poluição, a salas fechadas, a contaminação do mar e a tantas outras rotinas que, pensando bem, deveriam ser revistas, não é? >
Passageira em Trânsito - Poesia (2010): É a história de uma mulher que, após perder o marido, decide fazer uma viagem de trem pela Europa. Durante a viagem, ela conhece pessoas interessantes, vive experiências marcantes e reflete sobre a vida, o amor e a morte. Escrito em primeira pessoa, permite que o leitor acompanhe os pensamentos e sentimentos da protagonista. Uma lição de como aproveitar a vida (o percurso, não o destino).>
Antes de Virar Gigante e Outras Histórias - Juvenil (2011): Ilustrada pela própria autora, a coletânea apresenta textos cheios de fantasia, com olhar aguçado sobre os detalhes do cotidiano.>
Breve História de um Pequeno Amor - Infantil e Livro do Ano Ficção (2014): Uma escritora encontra um ninho com dois filhotes de pombo. Por meio de uma prosa poética, o leitor compartilha as hesitações e os sucessos de uma história de crescimento e desenvolvimento. Como o próprio nome da obra diz, esta é uma história de amor, mas também de ciúme, aflição, paciência, saudade, preocupação e orgulho.>