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Anna Luiza Santos
Publicado em 24 de fevereiro de 2025 às 19:42
Na hora da comida, o mundo é dividido em dois tipos de pessoas: as que amam e as que odeiam coentro. Se você é do time que odeia o tempero verde mais famoso da culinária brasileira, saiba que a genética explica esse ranço e não é apenas frescura. Estudos apontam que a rejeição pela planta, apelidado de coentrofobia, está relacionada a uma predisposição genética. >
Uma pesquisa publicada na revista científica Flavour Journal e liderada por Nicholas Eriksson, professor de genética da Universidade de Chicago, mostra que a aversão ao alimento está explicada nos genes. O estudo reuniu dois grupos, um deles com pessoas que relataram sentir "sabor de sabão" quando entravam em contato com o alimento, enquanto o outro grupo declarou gostar de comê-lo nas refeições. >
A partir dessa separação, foram observadas duas variantes genéticas ligadas ao gostar do coentro. O grupo que afirmou odiar a erva aromática apresentou sensibilidade olfativa aos aldeídos químicos presentes no coentro. Eles possuem a variante mais forte do gene OR6A2, que codifica um receptor extremamente sensível aos aldeídos, que estão presentes no tempero, no sabão, loções e até insetos. >
Outro achado de Eriksson e sua equipe é que esses genes não são herdados. “É possível que a herdabilidade da preferência do coentro seja bastante baixa”, contam os pesquisadores. >
Outra pesquisa de Lili Mauer, cientista da Universidade de Toronto, no Canadá, e publicada na revista científica Chemical Senses, destaca que variantes em outro gene receptor olfativo e em gene receptor de sabor amargo estão ligadas à preferência pelo coentro entre europeus. >
Segundo Lili, a parte negativa dessa tendência genética é que as pessoas que não gostam de comer coentro deixam de fora da sua dieta vegetais verdes escuros, como a rúcula. Apesar de certo gosto amargo, eles são ricos em vitaminas e minerais, ácido fólico e complexo B, diminuindo fatores de risco para problemas cardíacos e fortalece o sistema imunológico. >