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Fernanda Varela
Publicado em 14 de janeiro de 2025 às 15:43
Desde que a cantora Preta Gil anunciou que estava com um câncer de intestino, muitas dúvidas surgiram. Como foram os primeiros sintomas? Quando eu devo ficar alerta? No caso da artista, os sintomas que fizeram com que ela suspeitasse que havia algo errado foi uma intensa constipação intestinal - dificuldade em fazer cocô - e fezes achatadas, com muco e sangue.
De acordo com os oncologistas do Hospital Israelita Albert Einstein, um dos mais conceituados do país, o câncer de intestino é um tumor que se desenvolve no intestino grosso, chamado também de câncer do cólon e do reto - ou câncer colorretal.
O corpo médico explica que grande parte desses tumores se inicia a partir de pólipos, que são lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso.
Quais os sintomas?
-Mudança no hábito intestinal (diarréia ou prisão de ventre)
-Desconforto abdominal com gases ou cólicas
-Sangramento nas fezes
-Sangramento anal
-Sensação de que o intestino não se esvaziou após a evacuação
-Perda de peso sem razão aparente
-Cansaço
-Fezes pastosas de cor escura
-Náuseas e vômitos
-Sensação dolorida na região anal, com esforço ineficaz para evacuar
Esses são alguns sinais de alerta. Além disso, no caso de pessoas com mais de 50 anos que apresentem anemia de origem indeterminada e que apresentem suspeita de perda crônica de sangue no exame de sangue, é recomendável fazer endoscopia gastrintestinal superior e inferior.
Tem como prevenir?
Sim. Uma forma de prevenir o aparecimento dos tumores é a detecção e a remoção dos pólipos antes de eles se tornarem malignos.
Na rotina, é importante manter uma boa alimentação, com vegetais, frutas e grãos integrais; evitar a ingestão de carne vermelha (boi, porco ou cordeiro) e carnes processadas (salsicha, presunto e mortadela); se exercitar regularmente; manter um peso saudável; evitar cigarro e álcool.
Alguns fatores aumentam o risco de desenvolvimento da doença, como idade acima de 50 anos, história familiar de câncer colorretal, história pessoal da doença (já ter tido câncer de ovário, útero ou mama), além de obesidade e inatividade física. Também são fatores de risco doenças inflamatórias do intestino, como retocolite ulcerativa crônica e doença de Crohn, bem como doenças hereditárias, como polipose adenomatosa familiar (FAP) e câncer colorretal hereditário sem polipose (HNPCC).
Diagnóstico
O diagnóstico requer biópsia (exame de fragmento de tecido rertirado da lesão suspeita). A retirada do fragmento é feita por meio de aparelho introduzido pelo reto (endoscópio).
Tratamento
O mais comum é que o paciente faça uma cirurgia e retire a parte do intestino afetada e os nódulos linfáticos (pequenas estruturas que fazem parte do sistema imunológico) próximos à região. Em seguida, a radioterapia, associada ou não à quimioterapia, é utilizada para diminuir a possibilidade de volta do tumor.
O tratamento depende principalmente do tamanho, localização e extensão do tumor.
Tem cura?
Sim. É um tipo de câncer tratável e, na maioria dos casos, curável, ao ser detectado precocemente, quando ainda não se espalhou para outros órgãos. Quando a doença está espalhada, com metástases para o fígado, pulmão ou outros órgãos, as chances de cura ficam reduzidas.