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Brenda Viana
Publicado em 21 de dezembro de 2023 às 15:06
Salvador amanheceu nesta quinta-feira (21) ainda com reflexo dos estragos causados pela tempestade do dia anterior. Os soteropolitanos que saíram de casa ficaram surpresos com a quantidade de locais destruídos pelas rajadas de vento, que chegaram a atingir 63 km/h.
Com a chegada de um Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN) - área onde os ventos nos níveis mais altos da atmosfera giram no sentido horário, fazendo com que o ar seco desses níveis mais altos desçam para a superfície - casas foram destelhadas, alguns locais ficaram sem energia, ruas ficaram alagadas, e árvores que caíram em diversos pontos da capital baiana, causando congestionamentos. Na rua Francisco Ferraro, na Avenida Joana Angélica, no Centro, um galho de uma árvore centenária caiu, atingindo um veículo Kwid branco que estava estacionado.
O proprietário do carro, o vendedor Pedro Henrique Oliveira, de 35 anos, foi surpreendido ao ver seu veículo danificado. Ele estaciona todos os dias no mesmo lugar para ir trabalhar em uma loja de calçados próximo ao local do acidente.
"Eu voltei para casa por volta da 0h. Antes disso, eu liguei para a Semop [Secretaria Municipal de Ordem Pública] umas 19h, e nada deles chegarem. Só vieram agora pela manhã, e fizeram apenas uma vistoria rápida", conta.
A comerciante Aldenira Matos, 55 anos, trabalha há 3 anos em uma barraca que fica localizada ao fundo do Colégio Central. Ela, que também é moradora da região há duas décadas, diz que já viu diversos acidentes com árvores no local. O problema é que muitas árvores do local são centenárias, impedindo a retirada ou a poda completa.
Quando começou a trabalhar na barraca, que vende salgados, sucos, doces, e outros alimentos, Aldenira chegou a fazer a solicitação para a retirada da árvore, mas recebeu a informação de que a árvore era de propriedade do Colégio Central que, consequentemente, seria do Estado. A instituição educacional alegou que já estava respaldada com os pedidos de retirada da árvore.
"Isso acontece sempre, árvore caindo, pegando nos fios e deixando os moradores e comerciantes sem energia. Mas agora a situação complicou devido ao carro que foi prejudicado. Mas poderia ser a minha barraca, ou em cima de um carro em movimento com pessoas".
Em resposta ao CORREIO, a Secretaria de Educação informou que a queda da árvore não impactou a estrutura da unidade escolar, mas 'a Coelba já foi acionada para reestabelecer a energia elétrica'. Em relação ao ano letivo, as aulas já foram encerradas. Sobre a árvore ser retirada ou a podagem ter constância, a secretaria não se manifestou.
No Largo do Papagaio, na Cidade Baixa, uma árvore centenária também não aguentou as rajadas de vento, e desabou. Segundo moradores da região, não é comum ver árvores caindo, já que os moradores da Ribeira estão mais acostumados com alagamentos.
Até o início da tarde desta quinta-feira (21), a Codesal informou, através do boletim, que cerca de 13 árvores caíram pela cidade. 3 em Cajazeiras, 2 na Cidade Baixa, 2 na Barra e Pituba, 2 na Liberdade, 1 no Cabula, 1 em Itapuã, 1 no Centro e Brotas, e 1 no Subúrbio. Já as árvores que estão ameaçando cair, a maior quantidade é nas regiões da Barra e Pituba, com 7 averiguações.
No Centro de Monitoramento e alerta da Defesa Civil (Cemadec), nas últimas 24 horas, os bairros de Nova Esperança, Alto do Cabrito, Palestina, Itacaranha, Saramandaia, Campinas de Brotas, Bom Juá, Calçada, Calabetão e Liberdade tiveram a maior quantidade de acumulados de chuva.