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'Projeto verão': conheça os riscos de esteroides e anabolizantes aos rins

Procura pelas substâncias com fins estéticos tende a crescer durante a estação

  • Foto do(a) author(a) Wendel de Novais
  • Wendel de Novais

Publicado em 22 de fevereiro de 2025 às 07:39

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Esteroides e anabolizantes representam riscos à saúde Crédito: Reprodução/Freepick

O verão é tradicionalmente o período em que aumenta a busca pelo corpo considerado ‘ideal’. Além de academias lotadas, em alguns casos o ‘projeto verão’ inclui o uso indiscriminado de medicamentos diuréticos, para emagrecimento, e de esteroides anabolizantes, para ganho de massa muscular. A prática, porém, não só tem efeito por tempo limitado como também pode trazer sérios prejuízos aos rins. Empregado em casos de insuficiências renal e cardíaca, hipertensão arterial e edemas, os diuréticos intensificam a produção de urina, a fim de evitar o acúmulo de sódio no sangue.

Quando usados de forma indiscriminada, no entanto, podem levar à desidratação. “Eles não provocam perda de gordura, e sim de água e eletrólitos importantes, como sódio, potássio, magnésio e cálcio, ou seja, o peso se reduz por falta desses elementos”, explica a vice-presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia na Bahia (SBN-BA), Carolina Neves.

Como consequência, pode haver perda da função de filtração renal, formação de cálculos renais, osteoporose, arritmias e até alterações neurológicas. “Os efeitos se dão lentamente, pois o corpo tenta compensá-los”, diz Carolina. “Depois, tornam-se evidentes por meio de sintomas como fraqueza, cãibras, boca seca e sede excessiva, e podem ser irreversíveis se houver uso prolongado.”

No caso dos esteroides anabolizantes, o ganho de massa muscular, assim como o emagrecimento obtido com os diuréticos, acontece apenas durante a administração das substâncias. Geralmente derivados da testosterona, um dos principais hormônios sexuais masculinos, os anabolizantes promovem o crescimento das células, que, por sua vez, acarreta o desenvolvimento de tecidos como o muscular e o ósseo.

Habitualmente, eles são indicados pelos médicos para situações em que há deficiência justamente de testosterona e, desde 2023, são proibidos pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) quando o objetivo é ganhar massa muscular ou potencializar o rendimento esportivo. Entre os riscos oferecidos, estão o aumento da propensão de formação de acnes, a infertilidade (em homens) e lesões nos rins.

O uso de anabolizantes está associado a sérios riscos à saúde renal, como o aumento da pressão arterial e até danos celulares, que podem ser agravados em caso de desidratação, abuso de vitaminas A e D e ingestão excessiva de anti-inflamatórios, afirma a vice-presidente da SBN-BA. “Conforme o tempo de uso, os danos podem se tornar irreversíveis, com necessidade, inclusive, de transplante dos órgãos afetados.”

Ambas as substâncias, isto é, diuréticos e anabolizantes tendem a ser ainda mais nocivas a pessoas com comorbidades, sejam elas de caráter cardíaco, hepático ou renal. Em tempo, Carolina Neves ressalta que não existe fórmula mágica para alcançar objetivos estéticos ou de rendimento esportivo. “O segredo é ter uma dieta equilibrada, com acompanhamento de um especialista, e praticar atividade física, igualmente sob orientação profissional”, comenta ela.