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Fernanda Varela
Publicado em 15 de fevereiro de 2025 às 11:14
Uma investigação da Polícia Federal (PF) revelou que o cantor Netinho de Paula tem grande proximidade com o agiota da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). O artista chegou a pegar empréstimos com o criminoso, identificado como Ademir Pereira de Andrade.>
Segundo o site Metrópoles, que teve acesso a documentos do caso, os investigadores federais afirmam que o pagodeiro chamava Ademir de “Banco da Gente”. O artista chegou a enviar mensagens para o agiota do PCC com as datas de pagamento de um empréstimo que fez no valor de R$ 500 mil, além de outro de R$ 2 milhões.>
“A gente vai se acertando aí e com relação às questões dos juros, eu vou pagando você o que for dando aí, pode ficar tranquilo tá bom?”, disse o cantor ao criminoso em 26 de maio de 2023.>
A troca de mensagens estava na nuvem do celular de Ademir. O aparelho dele foi apreendido durante investigação sobre o assassinato do corretor de imóveis e delator do PCC Vinícius Gritzbach, em 8 de novembro do ano passado, no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.>
Amizade>
Além dos empréstimos, Netinho e Ademir mantinham uma relação de amizade, segundo a PF. “Salve Banco da Gente, meu mano, tô com saudades, como é que ce [sic] tá? Tá tudo bem aí? Como estão as coisas?”, escreveu Netinho, em 19 de abril do ano passado.>
Em outubro de 2023, o cantor enviou mensagens dizendo sentir saudade de Ademir, que retribuiu informando que estaria em seu sítio durante o fim de semana. Netinho, inclusive, já chegou a se apresentar no local. A informação é confirmada pelo artista, por meio de seus advogados, mas a defesa nega que o pagodeiro sabia que Ademir era envolvido com o PCC.>
“O senhor Ademir é, sim, um fã do artista Netinho de Paula e, de fato, já o contratou para apresentação em evento corporativo na região de Igaratá”, diz trecho da nota, acrescentando que “desconhecíamos, totalmente, qualquer envolvimento ilícito de qualquer contratante”, disse a defesa ao Metrópoles.>
Ademir Pereira de Andrade está preso desde dezembro do ano passado. Segundo afirmou Gritzbach, em delação premiada,além de agiota, o criminoso também era testa de ferro de traficantes do PCC.>