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Pai encontra filho sequestrado após 22 anos, mas é bloqueado nas redes sociais

O chinês Lei Wuze não teve êxito ao pedir que filho deixe a família adotiva rica

  • Foto do(a) author(a) Elis Freire
  • Elis Freire

Publicado em 24 de abril de 2025 às 16:33

Lei Wuze, filho Chuanchuan e esposa
Lei Wuze, filho Chuanchuan e esposa Crédito: Reprodução / Redes Sociais

Lei Wuze, homem chinês de 55 anos, e seu filho, Chuanchuan, viveram uma história repleta de reviravoltas. Chuanchuan foi sequestrado em 2001 aos 3 anos de idade e ficou 22 anos desaparecido. Porém, após localizar o jovem, o pai não teve o tão esperado reencontro já que ele se mostrou resistente a se reaproximar da família biológica. As informações foram divulgadas South China Morning Post e repercutida pelo tabloide britânico Mirror.

Na época do sequestro, Lei e sua esposa viviam em Yueyang, na província de Hunan, no centro da China. Desde então, iniciaram uma busca implacável pelo filho, viajando pelo país, entrando em contato com mais de 300 policiais e anotando mais de duas mil pistas em um caderno. A família chegou a gastar cerca de 1 milhão de yuans (o equivalente a R$ 786 mil na cotação atual) e ofereceu uma recompensa de 250 mil yuans (aproximadamente R$ 196 mil).

O caso ganhou um novo fôlego em junho de 2023, quando Lei usou as redes sociais para divulgar sua história, chamando a atenção da emissora estatal CCTV. Com a ajuda da cobertura midiática, a polícia conseguiu localizar Chuanchuan, que hoje vive em Shenzhen, no sudeste da China, trabalha na área de marketing e foi criado pelos avós paternos da família adotiva, considerada rica. O sequestrador, por sua vez, foi condenado à morte por envolvimento no tráfico de 11 crianças.

A reaproximação inicial aconteceu por meio de mensagens, e Lei demonstrava grande desejo de que o filho retornasse para Hunan e retomasse o convívio com seus familiares biológicos. No entanto, Chuanchuan afirmou que sua vida estava em Shenzhen e que não pretendia deixar a cidade. O pai, frustrado com o distanciamento, chegou a relatar mágoa: “Sua irmã estava doente e você não perguntou por ela. Fiz uma cirurgia e você não demonstrou nenhuma preocupação por três dias. O que fizemos de errado?”, desabafou.

Um mês após encontrar o filho, Lei chegou a organizar uma festa para receber o filho, mas o evento foi cancelado — o jovem não quis aparecer em público. A tentativa da família de visitá-lo em Shenzhen também falhou: não foram recebidos. Desde março do ano passado, Chuanchuan bloqueou o pai e cortou totalmente o contato.

Mesmo assim, Lei não desistiu. No dia 10 de abril, aniversário do filho, ele publicou um vídeo de desculpas nas redes sociais, reconhecendo que seu amor poderia ter sido excessivo: “Sinto muito, filho. Nunca mais vou pressioná-lo até que você venha até mim por conta própria. Feliz aniversário!”, declarou, emocionado. Ele ainda expressou o desejo de que o jovem conheça sua cidade natal e entenda o quanto lutaram por ele ao longo dos anos.

Apesar da distância e do silêncio, pai e filho agora buscam, aos poucos, retomar a relação. Lei também tenta levantar recursos para agradecer à família adotiva que criou Chuanchuan, demonstrando gratidão por todos os anos de cuidado. “Ele vai nos aceitar um dia. Ainda acredito nisso”, concluiu.