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Fernanda Varela
Publicado em 22 de abril de 2025 às 21:19
É tradição que o preto seja a primeira cor lembrada quando se fala de luto ou morte, mas no caso do Papa, o luto tem outra cor: vermelha. Mas por quê?>
Velado na Santa Marta, o papa Francisco está vestido de vermelho, deitado em um caixão também coberto por um tecido vermelho. Não é por acaso. É símbolo, tradição. É fé costurada com sangue, missão e fogo, como costumam dizer os cardeais.>
O vermelho, neste caso, não é a cor da tristeza, tampouco do fim. É a cor do martírio, dos apóstolos, de São Pedro — o primeiro papa.>
Diferente da tradição ocidental, que se cobre de roxo para velar os mortos, o luto papal segue a estética bizantina, onde o vermelho é usado para funerais. Mas há mais que tradição, há uma memória viva. O vermelho carrega o sangue dos que morreram por Cristo, e também o fogo do Espírito Santo, que ardeu nos apóstolos e incendiou o mundo com a boa nova.>
Desde 1978, com a morte de Paulo VI, todos os papas são sepultados com vestes vermelhas. Um gesto que reafirma: o papa não é apenas um líder, é um sucessor de Pedro. É memória, missão e mártir.>
No sábado, 26 de abril, a Igreja vai se reunir para a última despedida. O velório começa às 5h, no horário de Brasília. E mesmo no adeus, a liturgia escolheu não o lamento, mas o vermelho da coragem. Isso porque, para a Igreja, a morte de um papa não é derrota, é entrega e passagem.>