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Na folia com bom senso: de Mickey Mouse a orixás, veja o que não deve virar fantasia no Carnaval de Salvador

Algumas vestimentas desrespeitam etnias, religiões e até são associadas a facções

  • Foto do(a) author(a) Anna Luiza Santos
  • Anna Luiza Santos

Publicado em 19 de fevereiro de 2025 às 20:43

Carnaval de Salvador
Carnaval de Salvador Crédito: Cleber Santos/Divulgação

Carnaval é época de diversão, alegria e também fantasia. Com os festejos, os foliões escolhem vestimentas especiais para sair na rua fazendo a graça, inspirando-se em personagens de filmes, políticos e até lendas urbanas. Contudo, algumas brincadeiras e trajes reforçam estigmas racistas, homofóbicos e machistas em um ambiente que deveria ser de respeito.

As fantasias no Carnaval devem ser usadas para celebrar nossa cultura e inspirações pessoais, sem ridicularizar e inferiorizar grupos sociais que foram historicamente marginalizados na sociedade. Além da garrafinha de água e os documentos, o bom senso é fundamental na hora de curtir as pipocas e os blocos.

Por isso, o CORREIO separou 5 fantasias que você não deve usar no Carnaval de Salvador, sem correr o risco de ser ofensivo a ninguém.

1- Mickey Mouse

O rosto do rato mais famoso do mundo aparece não apenas no desenho animado, mas também em camisas, fantasias e em estampas nas ruas. Porém, o que era pra ser um ícone de brincadeiras e diversão, virou símbolo de facção na Bahia, associada aos traficantes de A tropa.

A peça foi apropriada pelo crime e se transformou em um código secreto nas ruas, colocando em risco a vida de qualquer pessoa que faça alusão ao símbolo. No início do ano, um jovem foi assassinado no interior do estado por usar uma camisa do Mickey Mouse.

2- Orixás

As religiões de matrizes africanas como o Candomblé e a Umbanda são alvos de ataques e perseguições no Brasil. O preconceito e desconhecimento sobre os rituais cultuados, ligados ao racismo, refletem os casos de intolerância religiosa, que teve um aumento de 80% em relação a 2024 e 2023, segundo o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC).

Se vestir como Iemanjá ou Oxum pode parecer uma homenagem, mas, na verdade, acaba tendo efeito contrário, pois banaliza as violências e preconceitos que as religiões sofrem, além de retirar o sentido sagrado que tais entidades carregam.

3- Cocar e elementos da cultura indígena

Se você está pensando em utilizar adereços da cultura indigena, é melhor procurar outra alternativa. Embora para algumas pessoas possa parecer uma homenagem ou apenas uma brincadeira, para os povos originários, usar elementos da sua história é um desrespeito das tradições e de suas lutas. Grupos étnicos não são fantasias.

4- Fábio Assunção

Virou febre usar máscaras com o rosto do ator Fábio Assunção nos últimos carnavais. O ator passou por uma luta contra dependência química, sendo até detido pela polícia sob efeito de drogas. Sua imagem começou a ser viralizada no Carnaval como símbolo de diversão, quebra de regras, ‘vida louca’ e bebedeira. Porém, transformar a dependência química em fantasia é minimizar as consequências da doença e se divertir com a história de sofrimento de outra pessoa.

5- Nega Maluca e Blackface

Se você é uma pessoa branca e pinta o rosto de preto ou coloca peruca crespa para tentar brincar com a imagem de pessoas negras, apenas pare. Essa prática era feita nos Estados Unidos desde 1830 para zombar dos afro-descendentes e propagar a segregação racial. Ter lábios e narizes grossos, cabelo crespo e pele escura não é uma piada e não deve ser usado como fantasia no Carnaval. A fantasia de ‘Nega Maluca’ reforça estereótipos, satirizando e inferiorizando o corpo, cabelo e lábios de mulheres negras. Na folia carnavalesca, o racismo continua sendo crime.