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Morre aos 85 anos Heloisa Teixeira, escritora e referência do feminismo no Brasil

A imortal da Academia Brasileira de Letras faleceu nesta sexta-feira (28), no Rio de Janeiro, após complicações de uma pneumonia

  • Foto do(a) author(a) Ana Beatriz Sousa
  • Ana Beatriz Sousa

Publicado em 28 de março de 2025 às 14:49

Morre aos 85 anos Heloisa Teixeira, escritora e referência do feminismo no Brasil Crédito: Reprodução

A escritora, pesquisadora e crítica cultural Heloisa Teixeira morreu nesta sexta-feira (28), aos 85 anos, no Rio de Janeiro. Internada na Casa de Saúde São Vicente, na Gávea, ela não resistiu às complicações de uma pneumonia e uma insuficiência respiratória aguda. A informação foi confirmada pela Academia Brasileira de Letras (ABL), instituição da qual fazia parte desde 2024, quando assumiu a cadeira 30, anteriormente ocupada por Nélida Piñon.

Nascida em Ribeirão Preto, São Paulo, Heloisa foi uma das intelectuais mais influentes do país, dedicando-se à literatura, ao feminismo e à pesquisa cultural. Durante grande parte da carreira, assinou como Heloisa Buarque de Hollanda, sobrenome do marido falecido há mais de 20 anos. Recentemente, optou por retomar seu nome de solteira como um ato simbólico de reafirmação pessoal e profissional.

Uma trajetória marcada pela cultura e pela crítica social

Graduada em Letras Clássicas pela PUC-Rio, Heloisa fez mestrado e doutorado em Literatura Brasileira pela UFRJ e pós-doutorado em Sociologia da Cultura na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos. Além de professora emérita da Escola de Comunicação da UFRJ, foi diretora da Aeroplano Editora e Consultoria, da Editora UFRJ e do Museu da Imagem e do Som (MIS-RJ). Também comandou programas como Culturama (TVE) e Café com Letra (Rádio MEC), além de documentários como Dr. Alceu e Joaquim Cardozo.

Nos últimos anos, seu trabalho se voltou para a cultura das periferias, o impacto da internet na produção artística e a evolução do feminismo. Sua atuação como curadora envolveu exposições relevantes, como Estética da Periferia (2005) e O Jardim da Oposição (2009), além de artigos e pesquisas sobre arte, literatura e políticas culturais.

Uma escritora essencial

Heloisa deixou um vasto legado bibliográfico. Entre suas obras mais marcantes está 26 Poetas Hoje (1976), coletânea que revelou uma geração de poetas marginais, como Ana Cristina Cesar, Cacaso e Chacal. Outros títulos importantes incluem Macunaíma, da literatura ao cinema, Cultura e Participação nos anos 60, O Feminismo como Crítica da Cultura, Explosão Feminista – arte, cultura, política e universidade e Feminista, eu?.

A notícia de sua morte gerou homenagens de diversas personalidades. A atriz Fernanda Torres escreveu em seu Instagram: "Mulher imensa, mãe imensa, brasileira imensa, imortal do meu coração. Meu beijo agradecido, Helô, muita sorte ter te conhecido, de, pelos filhos, ser sua quase parente."

O velório será realizado na quinta-feira (27) na Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro, onde amigos, familiares e admiradores poderão prestar suas últimas homenagens a uma das mais importantes intelectuais do Brasil.