Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Elis Freire
Publicado em 27 de janeiro de 2025 às 18:54
Após críticas a Fernanda Torres e Ainda Estou Aqui, o jornal francês Le Monde teve suas redes sociais invadidas por comentários de brasileiros detonando o veículo no último dia 14. Nesta segunda-feira (27), Bruno Meyerfeld, correspondente do "Le Monde” no Brasil, revelou detalhes da situação em sua coluna, Carta de São Paulo. >
"Em dois dias, o jornal teve que apagar cerca de 21.600 comentários [de brasileiros] com conteúdo ofensivo, a maioria do Instagram, em comparação com 700 por dia em tempos normais", disse Meyerfeld.>
Mesmo sendo brasileiro, o correspondente não concordou com boa parte dos comentários que caracterizou como machistas e "mal intencionados". Ele mencionou o comentário de um usuário que comparou franceses a "porcos que nunca tomam banho". Ele ainda refutou que o veículo esteja conspirando a favor de “Emilia Pérez”, um dos longas que concorre ao Oscar com “Ainda Estou Aqui”.>
O jornalista chamou o filme de “melodramático” e criticou o amor ferrenho à filha de Fernanda Montenegro. "Para eles [os brasileiros] é impossível não gostar desse filme melodramático e de estilo consensual, cuja temática ressoa em um Brasil castigado pelo mandato de Jair Bolsonaro", argumentou.>
Na matéria de página inteira publicada pelo jornal francês, o crítico Jacques Mandelbaum diz que a atuação de Fernanda Torres no filme é "monocórdica". No texto, Mandelbaum desaprovou o que chamou de "focalização melodramática" na figura de Eunice Paiva.>
Após a divulgação da crítica do jornal francês nas redes sociais, brasileiros invadiram as redes do jornal francês para reclamar das críticas direcionadas ao filme e à Fernanda Torres. Em diversas publicações do Le Monde no Instagram, é possível encontrar centenas de comentários em português debochando do veículo.>
"Jornalzinho de beira de estrada, respeitem Fernanda Torres!", disse uma internauta. "Respeitem o Brasil, seus sem banho", escreveu outro. "Mexeram com o país errado", afirmou um terceiro.>