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Jovem do meme "Já acabou, Jéssica?" entrou em depressão e abandonou escola após vídeo

A perseguição e piadas levaram a jovem a se cortar e deixar de confiar nas pessoas

  • D
  • Da Redação

Publicado em 1 de setembro de 2021 às 22:52

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Acervo Pessoal

Lara da Silva tinha apenas 12 anos quando viralizou com a frase "Já acabou, Jéssica?", um dos maiores memes de 2015, no entanto, foi motivo de traumas para a jovem. O meme surgiu por meio da gravação de uma briga na saída da escola, localizada no município de Alto Jequitibá, em Minas Gerais.

 Em entrevista à BBC Brasil (ver aqui), Lara, agora com 18 anos, conta que após a repercussão enfrentou diversos problemas. Ela foi vítima de bullying, precisou abandonar a escola, passou a se cortar e começou um tratamento psiquiátrico.

"Não consegui estudar, porque me zoaram muito e eu fiquei muito mal com isso", comentou a jovem. Com as perseguições e piadas, a família resolveu tirar a menina da escola. 

"Eu já costumava me culpar por tudo de ruim que acontecia comigo ou com meus pais. Quando aconteceu isso (o vídeo viralizou), eu não sabia o que era pior: que a minha mãe continuasse me prendendo em casa, como ela começou a fazer, ou me deixasse sair na rua", desabafa. 

Pelo excesso de exposição, tanto Lara quanto a outra garota do vídeo, a Jéssica, movem processos contra emissoras de televisão e plataformas que divulgaram e reproduziram as imagens. Elas pedem que todo o conteúdo relacionado seja excluído e cobram indenização por danos morais e materiais.

“A autora sofreu e sofre até hoje as consequências de tamanha exposição, vive em constante constrangimento que ocasionaram danos psicológicos", argumenta a defesa da jovem, nos processos sobre o caso.

"O ECA é muito claro sobre a inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral do adolescente, abrangendo a preservação da identidade, autonomia, valores e crenças desses jovens", diz Tatiane Hott, advogada de Lara.

Ainda hoje, ela sofre com as consequências desse vídeo. "Eu tenho marcas que não mudaram em nada a minha vida. Não fiquei rica ou pobre. Só tenho marca", comenta. Ao menos, ela tem se esforçado para continuar com o tratamento para a depressão e diz tentar ignorar quando é reconhecida.   Lara revela que parou de se cortar a mais ou menos um ano, e que, atualmente, trabalha como auxiliar de limpeza e cuidadora de idosos. Para o futuro, tem planos de cursar farmácia ou enfermagem. "Gosto de cuidar de pessoas doentes", conta.