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Heider Sacramento
Publicado em 1 de abril de 2025 às 11:41
Aos 10 anos, Antônio Nunes viu dois de seus irmãos mais novos serem entregues para adoção. Sem saber seus nomes ou paradeiro, ele cresceu com uma única certeza: um dia os encontraria. O que ele não imaginava era que um deles já fazia parte de sua vida sem que nenhum dos dois soubesse. >
Criado pela avó em Blumenau (SC), Antônio sempre buscou informações sobre os irmãos desaparecidos. O primeiro reencontro aconteceu em 2016, quando Jefferson Greueli, um deles, descobriu a verdade sobre sua adoção após a morte do pai adotivo. Com a revelação, Jefferson encontrou Antônio e juntos iniciaram a busca pelo irmão caçula.>
As dificuldades eram muitas: o sistema de adoção não oferecia respostas e a única pista veio de uma cabeleireira que intermediou o processo na década de 1980. Ela se lembrava apenas do nome do pai adotivo: João. No entanto, revelou um detalhe importante — o irmão perdido ainda morava na cidade e havia sido visto votando nas últimas eleições.>
O que Antônio jamais suspeitou é que, por uma década, o irmão caçula esteve ao seu lado. Maicon Luciani, funcionário de sua empresa e amigo de longa data, não fazia ideia de que trabalhava para o próprio irmão biológico.>
Tudo mudou durante uma viagem de negócios, quando Maicon comentou, de maneira despretensiosa, que era adotado e que seu sobrenome de origem era Nunes. A coincidência fez Antônio congelar. A confirmação veio quando Maicon mencionou que sua adoção havia sido intermediada por uma cabeleireira da rodoviária.“Você é meu irmão, cara!” — exclamou Antônio, surpreso com a descoberta.>
Maicon ficou em choque. Mas à medida que as histórias se encaixavam, a verdade tornou-se inegável. Antônio e Jefferson enfim encontraram o caçula, encerrando uma busca que durou toda a vida.“A vida é uma caixinha de surpresas”, diz Antônio, emocionado com o desfecho inesperado.>