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Estadão
Publicado em 23 de setembro de 2024 às 23:19
O cantor Gusttavo Lima é sócio da empresa Vai de Bet, investigada pela Polícia Civil de Pernambuco que apura um esquema de lavagem de dinheiro de jogos ilegais. É o que afirma a decisão judicial que, nesta segunda-feita, 23, determinou a prisão preventiva do cantor. Segundo a Justiça, no dia 1.º de julho deste ano, Lima adquiriu uma participação de 25% na empresa investigada.
A defesa do cantor afirmou que a decretação da prisão é “injusta e sem fundamentos legais” e que está tomado as medidas cabíveis para revertê-la.
O Estadão não localizou as defesas de José André da Rocha Neto e da HSF Entretenimento Promoção de Eventos, também citadas no processo.
É a primeira vez que Gusttavo Lima é citado como sócio da Vai de Bet desde o início das investigações. A empresa pertence a José André da Rocha Neto, que estava na Grécia com o sertanejo no dia em que foi deflagrada a Operação Integration. Desde então, o empresário não se apresentou à polícia e é tido como foragido. Gusttavo Lima, inclusive, é acusado de ter atuado na fuga do empresário.
Conforme a juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife, a sociedade na empresa de Rocha Neto, um dos principais investigados na operação, acentua ainda mais a natureza questionável das “interações financeiras” do cantor. “Essa é uma associação que levanta sérias dúvidas sobre a integridade das transações e a legitimidade dos vínculos estabelecidos”, diz a juíza.
Foi para a empresa J.M.J. Participações Ltda, de Rocha Neto, que Gusttavo Lima teria vendido seu avião, um Cessna Aircratf, tendo recebido valores que somam R$ 22,2 milhões. O avião foi apreendido pela justiça no aeroporto de Jundiaí, no interior de São Paulo.
Na decisão desta segunda-feira, a juíza afirma ainda, com base na investigação policial, que a Balada Eventos e Produções Ltda, de Gusttavo Lima, é responsável por ocultar valores provenientes de jogos ilegais da HSF Entretenimento Promoção de Eventos, ao receber dela repasses de R$ 9,8 milhões.
Aponta também que a empresa GSA, de Gusttavo Lima, teria ocultado valores provenientes dos jogos ilegais, guardando em cofre da empresa R$ 112 mil e 4,7 mil euros, além de 1 mil dólares.
O que diz a defesa
Em nota, a defesa de Gusttavo Lima informou que as medidas cabíveis já estão sendo adotadas para reverter o mandado de prisão contra o cantor. “Ressaltamos que é uma decisão totalmente contrária aos fatos já esclarecidos pela defesa do cantor e que não serão medidos esforços para combater juridicamente uma decisão injusta e sem fundamentos legais.”
Segundo a nota, a inocência do artista será devidamente demostrada, “pois acreditamos na Justiça brasileira”. “O canto Gusttavo Lima jamais seria conivente com qualquer fato contrário ao ordenamento de nosso país e não há qualquer envolvimento dele ou de suas empresas com o objeto da operação deflagrada pela Polícia pernambucana.”
A defesa esclarece que os autos tramitam em segredo de justiça e que qualquer violação a esse instituto será objeto de reparação e responsabilização aos infratores.