Grávida de Taubaté quebra o silêncio e revela os bastidores da farsa que enganou o Brasil

Maria Verônica, famosa por se passar por uma mulher grávida de quadrigêmeos em 2012, concedeu uma entrevista reveladora ao programa Domingo Legal neste domingo (23), onde compartilhou detalhes inéditos sobre o episódio que a colocou no centro de uma grande polêmica nacional.

Emocionada, Maria falou sobre o período em que simulou a gravidez e revelou que, na época, ela fazia parte de uma “seita” que a envolveu em rituais e a influenciou a seguir com a farsa. Ela confessou que sua intenção inicial nunca foi atrair a atenção da mídia, mas que, com o tempo, ela foi levada a acreditar na própria mentira. “Fiquei 13 anos em silêncio, poderia continuar o resto da minha vida. Estou aqui porque queria dizer para as pessoas que, tudo que ouviram a mídia falar, existia um pouquinho mais. Eu posso ter tido um problema psicológico. Mas o demônio ali, também existiu”, disse Maria Verônica, referindo-se ao contexto espiritual que a envolveu.

Sobre seu marido na época, Kléber, ela fez questão de defender sua inocência. “Ele acreditava. Penso que foi a única pessoa que eu traí, foi ele, porque não consegui dizer a ele que aquilo não era real. Todas as pessoas me perguntam: ele sabia? Não, ele não sabia de nada”, afirmou, ressaltando o quanto foi difícil esconder a verdade de quem estava ao seu lado.

Maria Verônica também relatou que passou por acompanhamento psicológico, sendo diagnosticada com uma possível “gravidez psicológica”, o que justificaria o crescimento da barriga e os sintomas típicos de uma gestação. Ela afirmou que, em um momento, chegou a fazer um teste de farmácia, que deu positivo, mas não realizou um ultrassom para confirmar a gravidez.

A verdadeira história da barriga falsa

Contrariando rumores de que usava silicone, Maria Verônica explicou que sua barriga era, na verdade, feita de panos. “Ninguém estranhou porque eu não vivia no meio de todo mundo. Ao contrário do que as pessoas falam, a barriga falsa não era de silicone, não. Eram panos lá dentro”, disse ela, esclarecendo um dos maiores mistérios da farsa.

Durante a entrevista, Celso Portiolli questionou Maria sobre os motivos de exibir ao público uma gravidez falsa de quadrigêmeos. Ela respondeu com cautela, afirmando que nunca foi seu objetivo gerar uma comoção nacional. “Não foi pensado para gerar uma comoção nacional. Quando fui para lá e participava dos rituais, a gente sempre sabia e eu era orientada que levava comigo quatro demônios”, explicou, fazendo referência à mística que a envolvia na época.

Maria também se mostrou grata à apresentadora Chris Flores, que, segundo ela, teve papel fundamental na descoberta da farsa. Na época, Chris sugeriu que ela realizasse um ultrassom, o que acabou sendo um momento-chave para o desmascaramento. “A Chris Flores, no dia que a gente foi lá, sugeriu um ultrassom. Na verdade, ela nem sugeriu, perguntou se, de repente, eu toparia. Eu fui no dia - ela vai lembrar disso - eu não estava sozinha. Ela falou: ‘Você topa?’. Eu falei ‘não’, quem estava comigo também disse não”, relembrou.

Apesar disso, Maria Verônica atribui a descoberta inicial da falsa gravidez ao repórter da Record TV, Michael Keller, que a acompanhou por algumas semanas antes de levar as informações à emissora. Ela se declarou “eternamente grata” a Chris Flores e revelou que espera encontrá-la em breve para agradecê-la pessoalmente.