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'Morremos com ele', diz mãe de menino 'comido' por bactéria

Ao questionar se menino não deveria tomar antibiótico, mulher foi chamada de 'ansiosa' por médica

  • Foto do(a) author(a) Fernanda Varela
  • Fernanda Varela

Publicado em 24 de janeiro de 2025 às 15:15

 Miguel Fernandes Brandão
Miguel Fernandes Brandão Crédito: Reprodução

Chamada de "ansiosa" no prontuário médico do seu filho, a servidora pública Genilva Fernandes Brandão, 40, falou sobre a perda prematura de Miguel Fernandes Brandão, aos 13 anos. O menino foi 'comido' por uma bactéria.

Acompanhada do marido e pai do menino, Fábio Brandão, 43, ela fala sobre a suposta negligência médica no atendimento do adolescente, no Hospital Brasília, e diz que não vai conseguir se recuperar da perda do seu único filho. “Nós morremos com a partida do nosso filho. A gente está aqui só sobrevivendo. Que nenhum pai passe pela dor que nós passamos porque agora isso é eterno até a gente morrer. E que nenhuma criança passe pelo que meu filho passou”, declara em entrevista à coluna Grande Angular, do Metrópoles. “Foi tudo muito traumático para a gente, ainda mais sabendo que a morte poderia ter sido evitada”, lamentou a mãe.

O adolescente morreu com o corpo necrosado em novembro de 2024, devido a uma infecção bacteriana. Ele ficou internado por 26 dias sem receber um diagnóstico preciso.

A mãe conta que o hospital não fez exames que pudessem indicar logo o quadro infeccioso, evitando a morte, e que o diagnóstico inicial era de “quadro viral”. Só depois que Miguel teve um choque séptico e foi para a UTI, os médicos descobriram que o menino estava infectado com a Streptococcus pyogenes, uma bactéria grave que causa falência de órgãos e necrose. 

Questionada sobre ter sido chamada de ansiosa em pelos menos dois relatórios médicos, ela explica. “Quando essa médica chegou, ela chegou meio que já chegou com o diagnóstico: ‘Ele está com quadro viral e gastroenterite’. Eu falei: ‘Doutora, mas não é o caso de tomar um antibiótico? Essa febre dele não cessa. Está muito estranho. Ele está com fraqueza, ele não está conseguindo falar, ele não consegue nem levantar e precisa de cadeira de rodas para ir ao banheiro. Ela virou e falou: ‘Não, porque quadro viral só se trata com a hidratação e não com antibiótico'”, relata Genilva. 

Essa mesma médica, segundo a mãe do menino, perdeu a paciência e deu uma bronca nela. “Ela disse: 'mãe, eu já te expliquei, essas manchas são características do diagnóstico [quadro viral]. Você tá muito ansiosa e você está deixando ele ansioso. Você não pode ficar assim se não atrapalha a melhora dele'”, recorda Genilva.

Antes de Miguel morrer, a mãe disse as últimas palavras que desejava para ele. “Eu falei para ele nunca esquecer que o papai e a mamãe amavam ele incondicionalmente. Aí falei com ele: ‘Meu filho, fecha o seu olhinho. Esquece o que está acontecendo aqui na sua volta. Fecha o seu olhinho e lembra de alguma viagem que a gente fez que você gostou'”, conta ela, que pede justiça pelo menino.