Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

'Eu não quero ser Papa': costureira revela resistência de Francisco ao cargo mais alto da Igreja

Alfaiate que veste o pontífice há décadas, conta que o Papa rejeitou a ideia de usar batina e até de assumir o papado

  • Foto do(a) author(a) Ana Beatriz Sousa
  • Ana Beatriz Sousa

Publicado em 23 de abril de 2025 às 11:35

Papa Francisco morreu aos 88 anos nesta segunda-feira (21)
Papa Francisco Crédito: Fabrizio Maffei/Shutterstock

Antes de se tornar líder máximo da Igreja Católica, o Papa Francisco já era conhecido por sua personalidade firme e por resistir aos ritos e formalidades da hierarquia eclesiástica. Quem conta é Graciela Meraviglio, alfaiate eclesiástica que confecciona suas batinas desde os anos 1990. Em entrevista à CNN, ela revelou detalhes pouco conhecidos da trajetória de Jorge Mario Bergoglio antes de sua ascensão ao Vaticano, incluindo o fato de que ele não queria ser Papa.

O primeiro encontro entre os dois não foi dos mais cordiais. “Nos conhecemos brigando”, conta Graciela. Segundo ela, o então padre usava calça, suéter e clérgima quando foi abordado por ela, que se apresentou como costureira de vestes religiosas. A resposta dele foi uma mistura de surpresa e ironia: “Você? Esperava alguém mais velho. Por que você vai fazer uma batina pra mim?”

Mesmo tentando cumprir sua missão, Graciela ouviu uma negativa. “Ele me chamou de cigana e disse que nunca usaria batina”, relembra. Ainda assim, ela confeccionou a roupa, primeiro como monsenhor, depois como cardeal e, por fim, como Papa. Mas cada etapa foi marcada por resistência. “Quando comentei que achava que ele seria Papa, ele respondeu irritado: "Não, não vou ser Papa! Não quero!""

A história teve uma reviravolta anos depois, com a eleição de Bergoglio ao papado em 2013. Assim que o nome de Francisco foi anunciado ao mundo, ele fez questão de ligar para Graciela. “Você não é mais uma cigana, é uma bruxa agora”, brincou, admitindo que ela havia previsto algo que ele lutou para negar.

Mesmo no cargo mais alto da Igreja, Francisco continuou fiel à sua costureira. Recusou novas batinas, aceitando apenas ajustes. Segundo ele, Graciela era a única que conhecia seus “defeitos” e sabia como lidar com eles.

Entre risos e lembranças, a alfaiate resumiu a relação: “Ele discutia, questionava, duvidava… mas no fundo, sempre confiou em mim.”