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Heider Sacramento
Publicado em 6 de fevereiro de 2025 às 13:21
As ondas de calor prolongadas, cada vez mais comuns devido às mudanças climáticas, têm elevado o risco de crises em pacientes com condições neurológicas, como enxaqueca e esclerose múltipla (EM). De acordo com o Dr. Eduardo Cardoso, especialista em doenças neurodegenerativas na Clínica IBIS, entender essa relação é fundamental para o manejo adequado desses distúrbios. >
Impacto no tratamento da enxaqueca>
A enxaqueca é particularmente sensível ao calor. “No verão, a combinação de altas temperaturas, exposição ao sol, desidratação e alterações no sono pode aumentar a frequência e a intensidade das crises”, explica o médico. Ele também destaca que alimentos gelados, como sorvetes, podem provocar a dor conhecida como “congelamento do cérebro”, potencializando sintomas em pacientes predispostos.>
O uso excessivo de dispositivos eletrônicos em ambientes iluminados durante o verão é outro gatilho para crises, devido à luz azul emitida pelas telas. Para prevenir episódios, o neurologista recomenda hidratação constante, evitar exposição ao sol nos horários de pico e investir em óculos com filtro de luz azul. “Outra estratégia interessante é o uso de óculos de realidade virtual, que criam ambientes relaxantes e reduzem a sobrecarga sensorial”, aponta. Segundo ele, smartwatches também são aliados na gestão de sintomas, monitorando padrões de sono e enviando alertas para ingestão de água.>
Esclerose múltipla >
Pacientes com esclerose múltipla enfrentam desafios específicos com o aumento das temperaturas, que intensificam sintomas como fadiga, visão embaçada e fraqueza, fenômeno conhecido como Uhthoff. “No passado, banhos quentes eram usados como método diagnóstico por provocarem esses sintomas. Felizmente, não precisamos mais de métodos tão desconfortáveis”, comenta Dr. Cardoso.>
Para minimizar os efeitos do calor, o especialista recomenda o uso de tecnologias como coletes térmicos e pulseiras refrigeradas. “Atividades aquáticas em piscinas climatizadas também são excelentes alternativas, proporcionando benefícios físicos sem o risco de superaquecimento”, conclui o neurologista. >