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Fernanda Varela
Publicado em 1 de fevereiro de 2025 às 10:32
A demissão de Rodrigo Bocardi pegou a todos de surpresa. Desligado da Globo na última quinta-feira (30), o jornalista prestou serviços para o Bradesco sem comunicar à emissora e sem pedir autorização. As informações são de Gabriel Vaquer, da Folha de S.Paulo.>
Documentos obtidos pela Folha de S.Paulo apontam que Bocardi prestou serviços de consultoria, media training e apresentou eventos para a instituição financeira entre 2017 e 2023, o que fere o código de ética do Grupo Globo. No dossiê, há notas fiscais emitidas por empresas ligadas ao jornalista para o Bradesco. O valor total é de R$ 754 mil ao longo dos últimos seis anos.>
"A Boc Produções e Palestras, uma de suas empresas, emitiu quatro notas entre 2017 e 2019, somando R$ 322 mil. Em 2019, a empresa foi renomeada como Diglon Produções. Já entre 2021 e 2023, outra empresa da qual Bocardi é sócio emitiu três notas, totalizando R$ 432 mil, por serviços de consultoria e media training", afirma a publicação.>
Os superiores de Bocardi na Globo não tinham conhecimento dessas atividades até a investigação do compliance. A Globo proíbe que seus funcionários exerçam atividades remuneradas ou não em organizações que possam gerar conflito de interesses. “Os integrantes da Globo não devem exercer atividades, remuneradas ou não, em organizações que tenham objetivos conflitantes com as diretrizes e os princípios estabelecidos neste Código ou tenham relação comercial com qualquer empresa, cuja contratação pelo Grupo Globo seja de responsabilidade direta ou indireta do integrante em questão, ou ainda que, por outros motivos, possa configurar conflito de interesses”.>
Este não é o primeiro caso do tipo na Globo. Em 2019, o apresentador Dony de Nuccio deixou a emissora após negociar e realizar trabalhos para o Bradesco por meio de sua empresa, a Primetalk, sem informar à emissora.>