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Conheça métodos eficazes para parar de fumar cigarro

9,3% dos brasileiros com mais de 18 anos são fumantes, segundo levantamento de 2023 do Ministério da Saúde

  • Foto do(a) author(a) Elis Freire
  • Elis Freire

Publicado em 15 de março de 2025 às 07:00

Cigarro sendo apagado no cinzeiro | Ilustrativa
Cigarro sendo apagado no cinzeiro | Ilustrativa Crédito: Shutterstock

Mesmo com a diminuição significativa do número de fumantes no Brasil, que chegava a 60% dos adultos nos anos 60 e hoje é de apenas 9,3% entre os brasileiros (levantamento Vigitel, do Ministério da Saúde de 2023), largar o cigarro ainda é um desafio para muitos.

O tabagismo eleva o risco de uma gama de doenças que vão desde câncer até problemas cardíacos, diabetes, disfunções reprodutivas, mas saber disso e ter força de vontade nem sempre é o suficiente, como apontam diversas pesquisas recentes.

Especialistas e estudos mostram que parar por conta própria é até possível, porém improvável. Já com o uso de intervenções farmacológicas e comportamentais, as chances de a pessoa conseguir parar de fumar aumentam consideravelmente. A coordenadora da Comissão Científica de Tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Maria Enedina Scuarcialupi explica melhor o por que é tão difícil parar de consumir a nicotina através do cigarro.

“Não é fácil largar sozinho, costuma ser a exceção. A grande maioria das pessoas precisa de ajuda, como terapia cognitiva comportamental, medicamentos e reposição de nicotina para superar a síndrome de abstinência. Cerca de 5% param sozinhos, e por volta de 50% nos programas de cessação”, detalhou Maria Eunedina ao jornal O Globo.

Um dos mais recentes, conduzido por pesquisadores da University College of London, no Reino Unido, e publicado em janeiro na revista científica JAMA Network Open, analisou dados de 25 mil fumantes britânicos. Como resultado, aqueles que tentaram parar de fumar sem ajuda tiveram cerca de um terço a menos de chances de sucesso do que aqueles que usaram alguma forma de apoio.

“A partir do momento que se começa a usar o cigarro, os receptores de nicotina crescem. Nós nascemos com esses receptores, porque a nicotina é um neurotransmissor que usamos para outras coisas na vida, mas quando você fuma, a nicotina entra no cérebro em apenas nove segundos, e esses receptores aumentam muito. E aí vai se criando o quadro de dependência. E quando você para, entra num quadro de abstinência muito grave. Por isso parar sem ajuda é muito difícil, você precisa dessensibilizar esse mecanismo aos poucos”, detalhou ao jornal Elnara Negri, pneumologista do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

Opções eficazes para parar com o cigarro

Em julho do ano passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou a 1ª diretriz de tratamento clínico voltada para pessoas que querem deixar de fumar. O documento reúne as intervenções consideradas eficazes para a cessação do tabagismo.

Segundo a nova diretriz, combinar remédios com intervenções comportamentais é a forma mais eficaz de cessar o tabagismo. Entre as alternativas farmacológicas, há a Terapia de Reposição de Nicotina (TRN), como adesivos, pastilhas e gomas de nicotina, e os remédios bupropiona, vareniclina e citisina.

Já a intervenção comportamental se caracteriza por estratégias como aconselhamento médico, terapia comportamental cognitiva (TCC) e grupos de apoio. Qualquer estratégia, especialmente a medicamentosa, deve ser recomendada e supervisionada por um profissional.

“A abordagem de terapia é a inicial e funciona para entender de onde vem a dependência, auxiliar a parar de fumar e a manter a abstinência. É uma intervenção muito eficaz e dá um suporte significativo principalmente no momento da abstinência. Mas, para algumas pessoas que têm uma dependência elevada, é indicado também o uso de medicamentos”, conta Mariana Pinho, coordenadora do projeto Tabaco da ACT Promoção da Saúde.

Remédios específicos

Sobre os remédios, Elnara explica que a bupropiona “diminui a vontade de fumar por meio de mecanismos no cérebro que promovem bem-estar e fazem o paciente sentir menos os efeitos da falta de nicotina”.

Já a vareniclina e a citisina, os outros remédios indicados pela OMS, mas indisponíveis no SUS, têm uma ação diferente: se ligam diretamente aos receptores de nicotina no cérebro. A vareniclina é uma alternativa mais antiga, mas que hoje não tem fácil acesso no Brasil nas farmácias, o que é considerado um problema.

“ Infelizmente estamos passando por um momento de dificuldade não só no Brasil, mas em outros países. Estamos sem por problemas químicos, contaminação por metal pesado na sua fabricação, segundo a empresa responsável. Mas aqui também não temos o genérico, a que outros países já têm acesso”, diz a coordenadora da SBPT.

Mas, há uma luta sendo travada entre os profissionais da saúde para que esses medicamentos passem a compor a lista de fármacos distribuídos pelo SUS.

Maria Enedina, da SBPT, diz que a entidade vai “buscar entender o processo para que a citisina, já utilizada em outros países, inclusive na forma genérica, seja aprovada para uso no Brasil”.