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Da Redação
Publicado em 10 de março de 2021 às 18:10
- Atualizado há 2 anos
Com nome de cavaleiro do zodíaco — que, por coincidência, é brasileiro no anime/mangá —, Aldebaran Luiz Von Holleben se proclama como o Superman tupiniquim, e entrou na justiça para conseguir o direito legítimo de ser conhecido como tal.
Diferentemente de Clark Kent, Aldebaran não é jornalista, e sim advogado com registro na cidade de Ponta Grossa, no interior do Paraná. Em sua ação, o “Homem de Aço” paranaense alega que foi fotografado em cima do cavalo de um carrossel e ao lado da caveira do túnel-fantasma, calçando o tênis do Superman. Foto: Reprodução Mas afinal, o que isso teria a ver com ele ser o super-herói nacional? Aldebaran explica: há a sincronicidade dos supostos fatos, onde dois eventos diferentes se conectam por algumas características em comum e pelo seu significado.
Com a queda de Christopher Reeve — intérprete do Superman nos cinemas — de cima de um cavalo em 1995, que o deixou tetraplégico, o advogado a partir deste momento teria "derrotado artisticamente" Reeve, podendo pleitear pelo título de Superman. Fotos divulgadas por Aldebaran em seu site que justificam a reinvidicação do título de "Superman" (Arquivo Pessoal/Reprodução) Com isso, além dos poderes como voo, superforça e lasers pelos olhos, Aldebaran reclama a vaga de ator nos filmes da DC, seja como herói ou como vilão. Além disso, ele também afirma que também merece uma porcentagem comercial das vendas relacionadas ao super herói.
"Comercialmente isso é o mesmo que ter conquistado uma porcentagem da superman, porque o Superman é um produto que precisa que seus fãs comprem a revista em quadrinhos e assistam os filmes no cinema, para ter lucro, quando os fãs souberem dessa derrota da Superman, eles vão querem uma solução, vão no mínimo querer entender porque isso aconteceu e comprarão essa resposta na forma de história em quadrinhos ou de filme/documentário", diz o brasileiro em seu confuso site.
O advogado também pleiteou ser reconhecido como "campeão mundial de Cinema" pelo Clube de Regatas Flamengo, afinal, nas fotos em questão, ele está vestindo a camisa do rubro-negro carioca.
Aldebaran também afirma que a AT&T, empresa "dona do Superman", vai se desvalorizar na bolsa de valores americana quando o público em geral conhecer as provas — que são apenas as fotos acima — que fundamentam o fim do Superman. Para ele, o personagem perderá valor comercial, com a única solução sendo a compra — em suas mãos, é claro — dos direitos das fotos, do roteiro e implementá-lo como herói ou vilão no universo do Superman — o que deixa dúvidas, afinal, ele não seria o Superman?
Inclusive, a parte financeira do projeto de Aldebaran está a todo vapor. Em uma plataforma de venda de cursos e e-books, o advogado está vendendo por uma bagatela ínfima de R$ 60 mil um PDF de 17 páginas intitulado como “Morreu Ator”. Ainda não há avaliações sobre o conteúdo na plataforma, tampouco se sabe o número de pessoas que adquiriram o conteúdo.“O documentário Morreu Ator, apresenta a vaga do Brasil nos filmes da superman, traz um compilado de documentos e fotos artísticas pessoais do autor, as fotos revelam sincronicidades que estavam em segredo e a documentação política informa a base de cálculo correta do sistema artístico brasileiro, Essa documentação não está disponível na internet, existe somente nesta obra”, diz a descrição do produto na plataforma de vendas. Screenshot da venda do documentário "Morreu Ator", do Superman brasileiro. (Reprodução) Por fim, o advogado brasileiro diz que os direitos de ser o Superman lhe pertencem e que no mínimo irá conseguir embargar qualquer outro cidadão latino-americano que tente a vaga — deixando em aberto se de herói ou vilão — nos filmes do "Homem de Aço". É possível acessar o site de Aldebaran clicando aqui.
Criptonita Ao invés de Lex Luthor, a vilã do Superman Brasileiro foi a juíza Erika Watanabe, que indeferiu nesta quarta-feira (10) o pedido de Aldebaran. Segundo ela, a prestação jurisdicional precisa se apresentar como "justa e adequada", o que não é o caso.
Além disso, Watanabe também afirma que o advogado tem outros meios para entrar em contato com a Warner Bros e o Clube de Regatas do Flamengo para resolver a situação, e deu uma cutucada no "Homem de Aço" pontagrossesense, afirmando que o caso só “tumultua a atividade jurisdicional”.