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Caso Claudia Leitte terá audiência sobre proteção às religiões de matriz africana

A investigação visa apurar possíveis danos morais causados pela modificação da canção por parte da cantora

  • Foto do(a) author(a) Fernanda Varela
  • Foto do(a) author(a) Estadão
  • Fernanda Varela

  • Estadão

Publicado em 15 de janeiro de 2025 às 14:27

Claudia Leitte
Claudia Leitte Crédito: Reprodução

Após a polêmica envolvendo a cantora Claudia Leitte, que trocou o nome de Iemanjá por Yeshua (Jesus, em hebraico) na música Caranguejo, o Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) promoverá no próximo dia 27 uma audiência pública para debater a proteção das religiões de matriz africana e os impactos de ações que possam violar o patrimônio histórico e cultural dessas tradições.

A audiência está marcada para as 14h na sede do MP-BA, em Salvador. O objetivo é discutir medidas preventivas em áreas como a cultura, educação e legislação para garantir que as comunidades afro-brasileiras sejam respeitadas. O debate terá ênfase nos povos de terreiros.

A ação foi motivada pelo inquérito civil instaurado pelo MP-BA após a denúncia formalizada pela Iyalorixá Jaciara Ribeiro e pelo Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-brasileiras (Idafro). A investigação visa apurar possíveis danos morais causados pela modificação da canção de Claudia Leitte.

Alteração da letra e posicionamento de Claudia Leitte

A denúncia de modificação da letra da música Caranguejo veio à tona após apresentações da cantora em Salvador e Recife, nas quais Claudia Leitte, que se converteu ao cristianismo em 2014, trocou o nome de Iemanjá por "Yeshua".

A substituição foi vista como uma afronta às religiões afro-brasileiras e gerou controvérsia nas redes sociais sobre a preservação do patrimônio cultural relacionado às práticas religiosas que envolvem a orixá Iemanjá.

Em entrevista recente, a Cláudia comentou o caso, afirmando que o racismo é um assunto sério e que deve ser discutido de forma profunda.

A cantora também reafirmou seu compromisso com valores como respeito, solidariedade e integridade. "Não podemos negociar esses princípios nem transformá-los em algo jogado ao tribunal da internet", afirmou.