Atriz da Globo previu própria morte no naufrágio do Bateau Mouche

A série Bateau Mouche: Naufrágio da Justiça, lançada pela Max, resgata os últimos momentos das 55 vítimas da tragédia que marcou o Réveillon de 1988 para 1989. Entre os mortos estava a atriz Yara Amaral, de 52 anos, que, um mês antes do acidente, já demonstrava um pressentimento sombrio sobre seu destino.

Durante um almoço em família, seus filhos brincaram sobre o fato de a mãe não saber nadar. Na ocasião, Yara compartilhou uma sensação que a acompanhava desde a infância: “Desde pequena, eu sempre tive a impressão de que um dia uma onda me levaria”, disse ela, sem imaginar que, semanas depois, perderia a vida em um naufrágio.

A atriz estava no barco ao lado da mãe, Elisa Gomes, e do casal Dirce e Silvio Grotkowski, donos da empresa de cosméticos Payot. Apenas Dirce e Silvio sobreviveram. Seus filhos, João Mário e Bernardo, então com 13 e 15 anos, escaparam do desastre porque decidiram trocar o passeio por uma festa com amigos.

Yara Amaral teve uma carreira de destaque na TV Globo, com papéis em novelas como Dancin’ Days (1978), Cambalacho (1986) e Anos Dourados (1986). Segundo sua sobrinha, Larize Ferreira Amaral, a atriz não morreu afogada, mas sim após sofrer um infarto ao ver a água invadindo o banheiro da embarcação. “Quando ela foi ao banheiro e viu a água subindo no vaso sanitário, sofreu um ataque cardíaco. Na verdade, ela não morreu afogada”, relatou Larize.

O naufrágio do Bateau Mouche IV, apelidado de “Titanic brasileiro”, foi um dos maiores desastres marítimos do país, gerando investigações e uma batalha judicial que se arrastou por anos.