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Heider Sacramento
Publicado em 30 de março de 2025 às 12:49
O ex-jogador Daniel Alves, que foi absolvido na última sexta-feira (28) pela Justiça espanhola da acusação de estupro, pode receber uma indenização pelo período em que ficou preso. A decisão foi tomada pelo Tribunal Superior de Justiça da Catalunha, que anulou a acusação contra o atleta após revisar o caso, que tramitava desde 2022. A absolvição coloca fim a um longo processo que resultou em 14 meses de prisão preventiva para o ex-jogador. >
Em entrevista ao canal Telecinco, o juiz espanhol José Antonio Vázquez Taín revelou que Daniel Alves pode receber uma compensação financeira de até 11 mil euros (aproximadamente R$ 68 mil) pelo tempo que passou na cadeia. O valor pode ser ainda maior, caso o ex-jogador decida reivindicar um montante superior. Além disso, ele poderá solicitar a devolução da fiança de 1 milhão de euros (cerca de R$ 5,4 milhões) que pagou em 2024 para cumprir sua pena em liberdade condicional.>
Em dezembro de 2022, uma mulher espanhola acusou Daniel Alves de estupro após uma noite em uma boate em Barcelona. Segundo o relato da vítima, o abuso ocorreu dentro de um banheiro do local. Exames de corpo de delito confirmaram a presença de sêmen, e testemunhas disseram que a jovem saiu visivelmente abalada do banheiro. A acusação foi corroborada por lesões no joelho da vítima, seu comportamento perturbado e sinais de trauma psicológico.>
Na época, Daniel Alves foi condenado a 4 anos e 6 meses de prisão, além de ser obrigado a pagar uma indenização de 150 mil euros (aproximadamente R$ 804 mil) à vítima. Contudo, em março de 2024, após 14 meses de prisão, ele foi libertado após o pagamento da fiança de 1 milhão de euros, aguardando a decisão final do tribunal em liberdade condicional.>
Mudança de decisão judicial>
A reviravolta no caso veio com a decisão unânime do Tribunal Superior de Justiça da Catalunha, que anulou a condenação de Daniel Alves. Os magistrados apontaram que a sentença anterior continha "lacunas, imprecisões, inconsistências e contradições" na avaliação dos fatos. Além disso, a Justiça espanhola questionou a "falta de fiabilidade do depoimento" da vítima, destacando que o relato dela não correspondia à realidade. Embora essa revisão judicial não afirme categoricamente se o ato aconteceu ou não, as medidas cautelares contra o ex-jogador foram completamente revogadas.>