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Heider Sacramento
Publicado em 3 de março de 2025 às 01:00
O longa brasileiro "Ainda Estou Aqui", de Walter Salles, fez história neste domingo (2) ao se tornar o primeiro filme do Brasil indicado ao Oscar de Melhor Filme. Porém, o prêmio acabou indo para "Anora", deixando o cinema brasileiro com a sensação de uma vitória quase alcançada. Em uma das disputas mais acirradas da premiação, o filme protagonizado por Fernanda Torres perdeu para o drama internacional, que superou concorrentes como "Conclave", "Duna: Parte 2", "Nickel Boys", "O Brutalista", "Wicked" e "A Substância". >
A nomeação de "Ainda Estou Aqui" como representante do Brasil nesta categoria histórica já era um feito inédito. O Brasil já havia sido reconhecido na categoria de Filme Internacional anteriormente, com a coprodução "O Beijo da Mulher-Aranha" (1986), mas nunca havia chegado tão longe em uma disputa pelo prêmio principal. A última vez que uma produção brasileira foi indicada ao Oscar foi em 1999, com "Central do Brasil", também de Walter Salles.>
A história de "Ainda Estou Aqui", baseada no livro de Marcelo Rubens Paiva, acompanha a trajetória de Eunice Paiva, interpretada por Fernanda Torres, que dedicou 40 anos da sua vida à busca pela verdade sobre o desaparecimento de seu marido, Rubens Paiva, assassinado durante a ditadura militar brasileira. A produção foi amplamente reconhecida em festivais internacionais e conquistou prêmios, como o Globo de Ouro de Melhor Atriz para Fernanda Torres, além de ser premiada no Festival Internacional de Cinema de Palm Springs.>
A campanha de "Ainda Estou Aqui" foi uma das mais ambiciosas da história do cinema brasileiro, com destaque em revistas renomadas como Vanity Fair, Variety e The Hollywood Reporter. A estratégia de visibilidade começou no Festival de Veneza, onde o filme conquistou o prêmio de Melhor Roteiro, e seguiu com exibições e promoções nos Estados Unidos.>
Embora o Brasil tenha ficado sem levar a categoria principal, a indicação de "Ainda Estou Aqui" já é considerada uma grande vitória para o cinema nacional, ao colocar o país no centro da disputa mais importante da indústria cinematográfica global.>