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Anna Luiza Santos
Publicado em 8 de fevereiro de 2025 às 06:00
Entre a mistura de elementos de outros ritmos e na originalidade sonora da guitarra baiana, o Axé Music representa diversão, histórias na avenida em época de Carnaval e trilha sonora de amores de verão no decorrer dos seus 40 anos. Revelando grandes talentos da terra do dendê, o Axé reúne na sua trajetória um repertório de artistas que ganharam o mundo com seus hits vibrantes. >
Mas, para além da autenticidade nos palcos e nos trios elétricos, essas personalidades do ritmo também serviram brigas marcantes nessas 4 décadas. Para cada clássico que ficou na boca do povo, uma fofoca de briga entre os cantores, colocando mais lenha na fogueira em um gênero caloroso que transpira fogo. De processo judicial a discussões no camarim, o CORREIO resgata as brigas mais emblemáticas da história do Axé Music nesta matéria. >
O cantor Ninha marcou gerações com seu grito declamando o nome da banda "TIM-BA-LA-DA" e o "ZORRA", animando multidões no Carnaval e conquistando o coração dos fãs. Contudo, fora dos palcos e indo para os bastidores, ele expôs que, nos 14 anos que ficou à frente da Timbalada, sua passagem foi marcada por racismo e diversas humilhações.>
Ninha abandonou a banda em 2006 para tocar outros projetos artísticos. Antes mesmo de sair, Denny Denan relatou que o clima estava tão tenso que Ninha não falava com ele há mais de 4 anos, dividindo apenas o microfone com o companheiro de show sem trocar uma palavra. >
Com um processo que ficou em andamento por 30 anos, Márcia Short moveu uma ação trabalhista contra os ex-empresários da Banda Mel, reinvindicando pagamento de shows prestados durante sua trajetória no grupo. Em 2017, Márcia declarou: “A banda Mel me deve até hoje. Eles encontram manobra jurídica para não pagar”.>
E como maneira de diminuir a dívida, houve uma negociação dos advogados de defesa da banda usando a marca do grupo direto com Márcia, propondo a volta da cantora aos vocais da banda.>
"Depois de 30 anos de processo, de propõe assim, propõe assado, não restou nada além da marca para amenizar uma dívida trabalhista. Então, se é para leiloar, isso parar na mão de outrem, nós que somos vozes originais de muitos sucessos, nada mais justo do que a gente ocupar esse lugar. Se tratando da ação trabalhista com um olhar frio, a gente vai ter que trabalhar de novo para sermos ressarcidos dos nossos direitos", disse Márcia em entrevista ao CORREIO.>
Em 2024, Márcia foi vencida pelo cansaço e retornou, cumprindo o acordo judicial, cantando novamente nos palcos os hits ‘Prefixo de Verão’, ‘Crença e Fé’ e 'Baianidade Nagô'.>
Com direito a bate-boca, em 2007 o grupo Cheiro de Amor, que foi responsável pelos shows do grupo de Xanddy por um período, entrou com um processo no Tribunal de Justiça da Bahia, alegando que eles romperam contrato sem pagar e sem honrar o cumprimento de 175 shows que já haviam sido agendados. >
O Harmonia do Samba venceu a ação judicial na primeira instância e guardou mágoa dos integrantes do Cheiro de Amor, declarando que eles agiram apenas por dinheiro, inveja do sucesso da banda de pagode e vingança.>
Cacik Jonne foi guitarrista da banda Chiclete com Banana por cerca de 20 anos. Ele compôs alguns dos sucessos como "Fazer Amor", "Balão Dourado" e "Foi Deus". Contudo, em 2001, ele se afastou dos palcos por conta de uma doença degenerativa e entrou com ações judiciais contra os outros integrantes da banda, que não receberam a notícia de forma amigável. >
No processo trabalhista, Jonne pedia uma indenização de R$ 1 milhão pelas duas décadas de serviços prestados à banda, contando com horas extras e cachês que não foram pagos. Sem sucesso, o processo foi arquivado no Tribunal Superior do Trabalho. >
No Carnaval de 2005, já debilitado, ele organizou um protesto em frente ao trio elétrico do Chiclete com Banana, no qual foi erguida uma faixa com a denúncia: "Chiclete com Banana: vocês sabem que me devem. Paguem meus direitos".>
Para os chicleteiros mais antigos, Jonne morreu como um mito, um talento deixado de lado pelos integrantes da banda, mas continuou sendo uma figura marcante que revolucionou a guitarra na Axé Music. >
No carnaval de 1997, o trio elétrico da banda Cheiro de Amor estava na avenida embalando a multidão com os grandes hits. À frente do grupo estava Carla Visi, que encontrou a ex-vocalista do grupo, Márcia Freire, e tentou cumprimentá-la. Porém, a ação simpática de Carla não foi bem recebida por Márcia, que a ignorou e fingiu que nem conhecia a nova líder da banda. Na época, Carla Visi declarou ter ficado extremamente chateada com a situação.>
Anos depois, Márcia Freire fez declarações ácidas em entrevistas sobre Carla Visi, afirmando que, mesmo tendo uma boa voz, ela não tinha animação em cima do trio elétrico e não sabia como fazer os foliões curtirem. Márcia também criticou a outra vocalista do Cheiro, Alinne Rosa, declarando que ela era inexperiente vocalmente. >
No início dos anos 2000, Márcia entrou com um processo trabalhista contra a banda e, como forma de indenização, pediu para ser recolocada nos vocais do grupo. Assim, Márcia substituiu Carla, que teve quer ser desligada. >
Agora em 2025, Márcia decidiu não participar da festa de comemoração de 25 anos da Cheiro de Amor na Concha Acústica do Teatro Castro Alves. Segundo ela, ao ser convidada para a homenagem, foi chamada de velha pelos organizadores do evento e desrespeitada pelo fundador do grupo, Windson Silva.>
Ao sair da Cheiro de Amor, Alinne Rosa foi tentar novas possibilidades na sua carreira solo para se lançar no mercado como uma diva, porém, os planos não saíram como previsto. Com os empresários Luiz Cláudio Souza, Marcelo Frisoni e Duilio Monteiro, Alinne lidava com uma agenda de shows que não estava dando retorno financeiro esperado. Insatisfeita por não ter o prometido, a cantora decidiu romper o seu contrato e travar uma batalha judicial. >
O trio havia prometido investir R$ 1,5 milhão na carreira da ex-vocalista do Cheiro de Amor, com exposição na mídia e propondo uma melhora radical na estrutura das suas apresentações. Os empresários, por sua vez, também entraram na Justiça contra Alinne. Uma das ações mais polêmicas foi bloqueio de 49% do valor dos cachês de Alinne, inclusive por 2 carnavais consecutivos. >
Desde o início da carreira, quando ainda era vocalista da banda Babado Novo, Claudia Leitte tinha a sua voz constantemente comparada com a de Ivete Sangalo. Com o passar do tempo, as comparações só aumentaram, colocando a loira como cópia da baiana. >
Durante anos, as duas cantoras tentaram negar qualquer tipo de rivalidade. Contudo, com a polêmica de acusação de intolerância religiosa de Claudia, Ivete não se mostrou tão amigável à postura da cantora. Pedro Tourinho, antigo secretário de Cultura de Salvador, criticou duramente a atitude de Leitte de se negar a falar o nome de Iemanjá na música 'Caranguejo'. Além disso, Tourinho a acusou de racismo religioso e ganhou o apoio de Ivete, que curtiu a publicação que contém as críticas.>
Poucos dias depois, Ivete parou de seguir Leitte no Instagram e em outras redes sociais, reforçando mais ainda os boatos de que as duas não se dão bem há tempos. >