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Luiza Gonçalves
Publicado em 6 de outubro de 2024 às 21:28
"Acho que já está instituído como cultura soteropolitana o paredão depois da eleição", brinca Laila Souza. A estudante de Turismo e Hotelaria aproveitou o final da tarde de domingo para curtir o pagodão no Matatu de Brotas, onde dezenas de pessoas se reuniram para celebrar, dançar e confraternizar ao redor de quatro carros de som. Um evento que já se tornou quase obrigatório por lá e que acontecia desde o meio-dia. O domingo de eleições foi marcado pelo clima de dever, mas também de lazer para os baianos, que aproveitaram o 'feriado' pós-voto para se divertir com a família e os amigos.
Para quem faz parte do time que vai cedo às urnas, como o advogado Júlio Santos, de 30 anos, o destino mais popular é a praia. "Fui logo assim que a sessão abriu, já com minhas coisas na mochila para ir direto ao MAM depois. Até peguei aquela correria de quando o portão abre (risos), todo mundo quer aproveitar o dia livre, mas, claro, cumprindo meu dever de cidadão primeiro", destaca.
Ana Caroline Sousa, 24, também aproveitou a manhã livre para curtir sua praia favorita em Salvador: "Votei às 9h e já vim curtir meu Porto da Barra, que eu amo e não fico sem." No local, o movimento ainda era intenso pouco antes das 18h: corredores, banhistas, famílias passeando e grupos de amigos com suas caixinhas de som, aguardando para assistir ao pôr do sol. "Deu tempo de todo mundo que votou em horários diferentes chegar para o fim do dia. E daqui, vamos para o bar ver a apuração", garantiu a designer Júlia Bastos.
Festa no Bairro
No subúrbio ferroviário, a Praça de Paripe foi a escolha de alguns moradores da região para aproveitar a tarde de domingo. Churrasquinho, uma bebida gelada e a pessoa amada foram o essencial para alegrar o dia de Edna Brito, 57 anos, que votou às 10h em Fazenda Coutos e foi encontrar o marido na praça: "Hoje não trabalhei, então vim encontrar meu esposo e estou aqui curtindo, confraternizando com as pessoas que também votaram e estão nesse pós-eleição, que já faz parte da tradição. Todo ano eu venho", conta.
O movimento na praça reuniu jovens, adultos e idosos, que conversavam sentados, enquanto as crianças corriam em meio ao chão cheio de santinhos. "Votamos à tarde e nos reunimos com a família, já que domingo é o dia de estar com a família, depois da votação. Aqui na praça está tranquilo, e em toda eleição a gente faz assim", conta Elisete Santos. Mas a confraternização já tinha hora para acabar. Apesar de ter 83 anos, Elisete faz questão de votar e estava confiante no seu candidato: "Mais tarde, a gente corre para casa para ver a apuração, estou ansiosa esperando", revelou.
Maria de Lourdes, 73 anos, aproveitou a ocasião para ajudar a neta nas vendas de bebidas e garantir uma renda extra. "O movimento está bom, já deu um dinheirinho. Votamos hoje cedo para vir trabalhar e acho que faz parte do processo eleitoral também, esse movimento, essa resenha depois", afirma.