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Rodrigo Daniel Silva
Publicado em 9 de agosto de 2024 às 00:12
O debate realizado pela TV Band, nesta quinta-feira (8), com os três candidatos a prefeito de Salvador foi marcado pelo embate entre o prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), e o vice-governador da Bahia, Geraldo Júnior (MDB). O atual gestor soteropolitano e postulante à reeleição expôs os discursos contraditórios do adversário político.
Logo no início do confronto eleitoral, mediado pela jornalista Carolina Rosa, Bruno Reis disse que Geraldo Júnior “até outro dia elogiava” a gestão municipal, mas mudou suas declarações após migrar para o grupo do governador Jerônimo Rodrigues (PT) em 2022. O prefeito fez comparações entre administrações e criticou o governo estadual. O vice-governador falou sobre o índice de desemprego na capital baiana. Disse que as pessoas querem “oportunidade de emprego” e acabou levando uma invertida do candidato do União Brasil.
“Nós vivemos no estado da Bahia que é campeão nacional do desemprego. Salvador vem fazendo além das suas atribuições. Pegue o Caged um aumento de 164% (de emprego) comparado com o mesmo período de 2023. Sabe quanto o estado cresceu? Apenas 9%. Todas as críticas que você faz (Geraldo Jr.) é o estado que tem grande responsabilidade. Até porque é uma questão de macroeconômica. Nós geramos 44% dos empregos da Bahia. É uma vergonha esse estado. Campeão de analfabetismo, de violência e no número de pessoas abaixo da linha da pobreza”, declarou Bruno Reis.
Candidato do PSOL, o investigador da Polícia Civil, Kleber Rosa, também ressaltou que Geraldo Júnior até pouco tempo atrás participava da administração hoje comandada por Bruno Reis. “Talvez, ele (Geraldo Júnior) até conheça os problemas (de Salvador) porque é parte dos problemas. Você participou da gestão dele (Bruno Reis). Você participou de 10 dos 12 anos da gestão de Bruno Reis. Você não foi só um membro do grupo, você foi um operador da política”, declarou.
O socialista ainda questionou se Geraldo Júnior não se “constrange” por “insistentemente” querer o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O emedebista não respondeu e usou o tempo para criticar Bruno Reis. Na réplica, Kleber Rosa declarou: “quero lamentar o senhor não dialogar diretamente comigo e insistir em ficar confrontando o prefeito”. O candidato do União Brasil fez questão de ressaltar que tem a “melhor relação institucional possível” independentemente de quem é o presidente da República ou o governador.
“Sou prefeito há quatro anos. Já governei com dois presidentes e dois governadores. Eu não fico dizendo que a culpa é deles. Pelo contrário, o prefeito está nas ruas trabalhando e matando a bola do peito, chamando a responsabilidade. Não depende do governo A,B,C, ou D para resolver seus problemas”, frisou.
No segundo bloco, Bruno Reis e Geraldo Júnior voltaram a se confrontar. O emedebista disse que há filas de pessoas para serem atendidas nos postos de saúde da capital baiana. Bruno Reis rebateu e declarou que o oponente precisa se “preocupar com a fila da morte”, ao se referir à fila da regulação de responsabilidade do governo do estado. Em sua fala, o candidato do União Brasil voltou a apontar a incoerência no discurso do vice-governador.
“Me impressiona a capacidade que o candidato tem de mudar de lado. Ele dizia que era amigo pessoal de Bolsonaro. Dizia que se comunicava com ACM Neto pelo olhar. Coitado do ex-prefeito João Henrique que era um pai para ele. Dizia que eu era o conselheiro da vida dele. Agora, diz que o líder dele é Jerônimo. Agora, ele diz que até as pedras mudam de lugar. Não é uma pedra. É uma avalanche”, declarou.
Nas considerações finais, Geraldo Júnior foi o primeiro a falar. Defendeu a redução da desigualdade social e disse que reveria a questão da mobilidade urbana. Já Kleber Rosa afirmou que é representante de um “projeto popular e de esquerda”. Bruno Reis, por sua vez, declarou que quer permanecer para a cidade avançar e realizar “novos sonhos”.
*Colaboração da repórter Millena Marques