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Senador Angelo Coronel diz que governador da Bahia deveria ficar "neutro" na disputa eleitoral da cidade
Rodrigo Daniel Silva
Publicado em 21 de agosto de 2024 às 15:56
A decisão da federação formada pelo PT, PCdoB e PV de não ter candidatura própria à prefeitura de Juazeiro, no norte baiano, e apoiar o empresário Andrei da Caixa (MDB) provocou um racha na base de Jerônimo Rodrigues (PT). Uma declaração do governador, nesta semana, inflamou ainda mais a chama de descontentamento no grupo petista.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, Jerônimo Rodrigues disse que após “uma boa reunião”, a base petista decidiu que a chapa majoritária apoiada por ele em Juazeiro é encabeçada por Andrei da Caixa e Tiano Félix (PT), como vice.
O ex-prefeito da cidade, Isaac Carvalho (PT), que sonhava em retornar à prefeitura juazeirense, não gostou e, em articulação com o PSD, lançou o administrador e seu sobrinho Celso Carvalho (PSD) como candidato a prefeito. Em nota publicada no Instagram, o partido do senador Otto Alencar informou que foi feita uma intervenção no diretório da sigla no município para que a legenda tivesse candidatura própria.
Com a decisão do PSD de lançar um nome ao Executivo juazeirense, esperava-se que o governador ficasse neutro na disputa eleitoral da cidade, o que não aconteceu ao declarar apoio a Andrei da Caixa. A postura de Jerônimo Rodrigues desagradou a cúpula pessedista.
“Eu acho que o governador deveria ser neutro, porque (Celso Carvalho) trata-se de um candidato também da base. Imagine que o Celso ganhe a eleição, ninguém vai poder exigir que Celso marche com quem ficou contrário a ele. Você pode até torcer, mas quando externa a posição se define um lado. Quando definiu um lado, não pode se cobrar apoio depois”, declarou o senador Angelo Coronel (PSD), em entrevista ao CORREIO.
O PT pretendia lançar o ex-prefeito Isaac Carvalho ao Executivo de Juazeiro, mas a candidatura do petista naufragou após coleção de derrotas na Justiça.
Isaac Carvalho foi condenado, em maio de 2022, em decorrência da prefeitura ter pago a conta de energia elétrica dos permissionários do camelódromo do município durante o mandato dele, na década passada. Com essa condenação, o petista só pode, em tese, voltar a concorrer em uma eleição no ano de 2026. Ele ajuizou diversos recursos para tentar tornar-se elegível no pleito deste ano, mas, após vários fracassos, o PT decidiu retirar sua candidatura e apoiar Andrei da Caixa.
Para Coronel, houve um “afobamento”. "O governo se antecipou demais, porque Isaac ainda poderia ter sido candidato. Acho que o governo poderia ter esperado mais (até a Justiça decidir sobre a elegibilidade da candidatura do ex-prefeito). Foi um afobamento", afirmou o senador.
Em nota divulgada à imprensa, Isaac Carvalho avaliou que a federação PT-PCdoB-PV “cometeu um equívoco ao endossar” Andrei da Caixa.
Juazeiro terá, ao todo, quatro candidaturas a prefeito. Suzana Ramos (PSDB), que é atual gestora e postulante à reeleição, Andrei da Caixa, Celso Carvalho e Márcio Jandir (PP).