Quatro passos para refinar buscas online

Aprenda a fazer pesquisas mais assertivas e encontrar informações confiáveis

Publicado em 25 de agosto de 2024 às 11:00

Com a proliferação de canais e grande oferta de informações, é cada vez maior a necessidade de fazer buscas mais assertivas no universo digital. Isso é ainda mais fundamental para adolescentes e jovens, que em fase de formação pessoal, educacional, cultural e social precisam tornar-se curadores do que consomem e compartilham.

Para fugir das fake news
Para fugir das fake news Crédito: Gabriel Cerqueira

O passo inicial é ter clareza que cada um pode e deve ser responsável pelo conteúdo que assume e repassa como verdade. É importante levar em conta que o primeiro resultado que surge em uma pesquisa, por meio dos mecanismos de buscas automáticas, nem sempre é o melhor, mais correto, adequado ou vem de uma fonte confiável. Dentro do vasto universo da internet, há conteúdos de diversas fontes, com qualidade e intenções variáveis, que carregam meias verdades, algum teor de mentira, desinformação, fake news e patrocínio (aparecem ali porque alguém pagou para que isso ocorra).

“É preciso saber filtrar. Conhecer a página de resultados. Entender que tem um resuminho que vem do buscador e aprender a olhar para os endereços com uma atitude crítica, buscando entender qual é aquela fonte, se é confiável; se aquilo ali é uma informação ou uma opinião de alguém; se aquilo está tentando vender alguma coisa… e assim ir filtrando as coisas que mais servem para o nosso aprendizado”, explica Mariana Ochs, coordenadora de educação do Instituto Palavra Aberta.

Aprenda analisar informações

De forma muito intencional, é preciso refinar as buscas a cada dia e isso pode ser feito pela observação dos resultados, mudando palavras usadas na pesquisa, até encontrar os conteúdos que atendem às expectativas e que partem de fontes de credibilidade. “É preciso entender quem é a fonte, que site é aquele, quem publica e com que intenção, onde mais aquela informação foi publicada”, salienta Mariana.

Outro ponto importante a ser considerado envolve a inteligência artificial. De acordo com a educadora, os aplicativos e chatbots de IA generativa respondem aos comandos de textos, no entanto, não são ferramentas confiáveis para acessar informação. Isto porque muitos não mostram de onde são os dados usadas, o que já os desqualifica como um meio de pesquisa. O seu melhor uso é para ajudar na construção de textos, interar ideias e fazer brainstorm. Ou seja, serem utilizados como “ajudantes”, porque foram criados com uma linguagem estrutural e gramaticalmente muito correta, porém, não foram feitos para fornecer conteúdo 100% confiável, e, de fato, erram muitas vezes. Como são inteligências desenvolvidas para dar respostas, quando não encontram, é muito provável que eles inventem - o que se chama de “alucinações”.

Quatro passos para acertar nas buscas

Em parceria com o buscador do Google (Google Search), a plataforma EducaMidia, braço de educação midiática do Instituto Palavra Aberta, publicou um programa chamado Craques da Busca, com o objetivo de auxiliar estudantes a refinarem suas pesquisas e passarem a atuar como curadores de informação e conteúdos. O material é de fácil acesso e pode ser usado por professores e alunos, mas também pelo público em geral. Ele apresenta um protocolo de quatro passos, que foi desenvolvido pelo especialista Mike Caulfield, da Universidade de Washington. Denominado de PIER, consiste em quatro passos: Pare / Investigue a fonte / Encontre informações mais confiáveis / Rastrei as alegações ou imagens contidas naquela informação.

Isso mostra que ao encontrar algo relacionado à pesquisa feita, a tarefa não se encerra aí . É recomendado parar e compreender criticamente o resultado, conhecer um pouco mais sobre a fonte - se a pessoa ou instituição que publicou aquilo tem credibilidade e expertise para tratar sobre o assunto. É importante saber, ainda, onde mais tal informação apareceu e qual é o contexto maior, principalmente se a vem de terceiros, por aplicativo de mensagens ou pelas redes sociais, por exemplo. Neste caso, a informação pode ter sido retirada do seu contexto original e aparecer incompleta. Tem que checar se aquela informação saiu em outros lugares ou alguém está alegando que tem algo exclusivo. Se a notícia não aparece em nenhum veículo sério de imprensa, já é um sinal de que não é confiável. Quando a notícia traz alegações, dados, fatos históricos ou alguma imagem estranha, deve ser rastreada, passar por uma busca reversa da imagem e checagem de dados para averiguar se são verdadeiros.

Todo o material para a aplicação do programa (slides para treinamento, guia do facilitador, caderno do participante e folheto explicativo) está disponível gratuitamente no site www.educamidia.org.br).