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Amanda Palma
Publicado em 5 de maio de 2017 às 05:30
- Atualizado há 2 anos
Faltam só três dias para o início das inscrições do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) - na próxima segunda-feira - e, junto com a data, chega a ansiedade para as provas e a preocupação dos estudantes com a preparação do exame, que acontece no mês de novembro.>
Cursando o 3º ano do ensino médio, o estudante Lauro Almeida pretende se inscrever logo na primeira semana. Além da ansiedade, ele ainda enfrenta a dificuldade na área de linguagens. Por isso, foca nos assuntos mais abordados nas últimas edições do exame.>
Para ajudar estudantes como Lucas, o Sistema Ari de Sá (SAS), uma plataforma que elabora materiais didáticos, inclusive simulados do Enem, analisou mais de três mil questões das provas realizadas entre 2009 e 2016 e produziu um levantamento com os assuntos mais cobrados nos últimos oito anos.>
Os resultados são divididos por áreas de conhecimento e, depois, por disciplinas. A área de Linguagens concentra os maiores percentuais de cobrança: 57,1% das questões dizem respeito à compreensão e interpretação na prova de Espanhol; 47,1% em leitura e interpretações de textos em Inglês e 28,8% em Língua Portuguesa. Assuntos mais específicos, como figuras de linguagem, aparecem com baixo percentual - 2,1%.>
Para o professor de Português José Silva, a ocorrência das questões de interpretação de texto demonstra a importância dela também em outras áreas de conhecimento. “Tenho aulas à tarde para trabalhar a interpretação de texto. A prova é voltada para o raciocínio lógico. Você consegue até definir a alternativa por interpretação, que se baseia nos textos interpretativos, gramaticais ou de qualquer disciplina”, diz.>
Em Ciências da Natureza, o assunto com maior percentual de recorrência é mecânica, com 30%, cobrado na prova de Física, seguido de química geral (24,9%) e humanidade e meio ambiente (19,4%), em Biologia.>
Analisando as questões de Ciências Humanas como um todo, os assuntos aparecem de maneira mais equilibrada. Com 25,2%, aparecem as questões relacionadas ao mundo do trabalho na disciplina de Sociologia, enquanto questões de ética e justiça representam 21,1% na disciplina de Filosofia. Já em História, 15,4% são sobre Idade Contemporânea, enquanto em Geografia, 19,1% das questões são sobre temas agrários.>
A estudante Gabriella Santana, 17, fez a prova pela primeira vez no ano passado e descobriu que não deveria focar apenas nos assuntos do ensino médio. “Percebi que precisava lembrar de outras séries. Foi mais equilibrado de coisas mais recentes do 1º e 2º, mas também tinha coisas que eu tinha dado na 5ª ou 8ª série. Tive dificuldade de lembrar algumas áreas”, conta. Fortalecimento Para o superintendente de Políticas de Desenvolvimento da Educação Básica da Bahia, Ney Campello, o ranking com a frequência dos assuntos abordados vai nortear uma das etapas do programa Enem 100%, formatado pela Secretaria de Educação do estado (SEC), para estimular os estudantes da rede estadual a participar do exame.>
“A segunda etapa é o fortalecimento de aprendizagens. Vamos realizar um trabalho de junho a setembro: planejamentos de roteiros de ações complementares nas áreas de conhecimento, com o foco dos conteúdos críticos mais recorrentes na prova”, explica.>
HabilidadesPara o diretor de ensino do Sistema Ari de Sá (SAS), Ademar Celedônio, a análise dos assuntos abordados nos últimos oito anos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) mostra que a prova exige sempre conteúdos relacionados ao cotidiano do estudante.>
“A metodologia consistiu em (analisar) provas desde 2009 e, desse recorte, do que mais cai. Depois, a gente começou a perceber coisas muito recorrentes do processo, como a cobrança daquelas habilidades que têm mais a ver com o cotidiano dos estudantes”, observa.>
Ainda segundo Celedônio, em alguns casos, os assuntos presentes na matriz de referência não são cobrados e, em algumas disciplinas, eles se concentram em subtemas. É o caso da Matemática, com questões de geometria, porcentagem ou números complexos.>
Na área de Humanas, Celedônio afirma que há uma sinergia dos conteúdos cobrados. “A gente vê mais Geografia voltada para o meio ambiente. A prova se preocupa em colocar trechos do cotidiano em que os alunos estão mais familiarizados. A gente começou a perceber alguma sinergia de maneira geral nessas questões”, afirma.>
Já o professor de Química do Colégio Vitória Régia, Carlos Salinas, aponta que a prova de 2016 foi mais “conteudista” na área de Ciências da Natureza. Na visão do professor, predominaram as perguntas mais “secas”, com mais cálculos.>
Apesar disso, os professores ainda mantêm, dentro da sala de aula, a aprendizagem voltada à interdisciplinaridade. “Nós estamos mantendo a interdisciplinaridade, mas não deixando de explorar a questão do conteudismo, questões mais duras, um conhecimento mais específico daquele conteúdo, do contexto. Não podemos deixar de trabalhar nunca naquela linha”, diz Salinas.>
Segundo Salinas, alguns assuntos tendem a ir mais por essa linha, como cálculo estequiométrico, eletroquímica e soluções: “O estudante só vai saber responder se souber como resolver as questões”.>