Coparticipação é regra no novo sistema do Fies

Em vez de ter o curso totalmente financiado, o aluno vai contribuir pagando uma parte e essa parcela será determinada de acordo com o comprometimento da renda familiar

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  • Da Redação

Publicado em 30 de junho de 2015 às 09:13

- Atualizado há um ano

Os ministérios da Educação e do Planejamento, Orçamento e Gestão divulgaram nota na qual esclarecem detalhes sobre novas regras do funcionamento do programa de financiamento estudantil do governo, o Fies. Entre as principais mudanças está um critério para determinar o comprometimento de renda que cada família tem com o financiamento do curso de um estudante. Foto: EBCPara famílias com baixo comprometimento, uma parcela menor da mensalidade será financiada. O Ministério da Educação já havia anunciado a oferta de 61,5 mil novas vagas para o Fies no segundo semestre deste ano. Somadas às vagas do primeiro semestre, o total de 2015 alcança 314 mil. O ministro Renato Janine Ribeiro informou num vídeo na sexta-feira que o programa ganhou novos ajustes, como aumento dos juros, por exemplo. A nota do MEC e do Planejamento dá mais detalhes sobre o funcionamento desse novo Fies. O público-alvo do programa foi redimensionado para alcançar os estudantes cuja renda familiar per capita seja de até 2,5 salários mínimos. Até o último ciclo, podiam pedir financiamento estudantes com renda familiar mensal de até 20 salários mínimos. O novo Fies introduz a ideia de "coparticipação". Em vez de ter o curso totalmente financiado, o aluno vai contribuir pagando uma parte e essa parcela será determinada de acordo com o comprometimento da renda familiar. Fontes do setor privado já esperavam redução na prática de financiar 100% do curso. Até o momento, cerca de 75% dos alunos no Fies tinham o curso totalmente financiado, segundo cálculos do setor. A nota dos ministérios confirma que os juros passarão de 3,4% para 6,5% ao ano. O prazo de amortização cai de três vezes o tamanho do curso somado de um ano para apenas três vezes o tamanho do curso. Antes do período de amortização, enquanto o aluno ainda estuda ou durante o prazo de carência de 12 meses, o estudante paga uma parcela referente aos juros do financiamento.Antes das mudanças, esse valor era fixado em R$ 50 por trimestre e agora pode chegar a até R$ 250 por trimestre. As medidas foram anunciadas um dia antes do encerramento do prazo para a renovação dos contratos atuais, que não serão submetidos às novas regras. Quem já conta com o financiamento tem até hoje para fazer o aditamento semestral no portal do Fies.