Petroleiros da Bahia temem demissões de terceirizados com desativação de sondas

A categoria teme os efeitos econômicos e sociais gerados pelas demissões dos empregados das empresas terceirizadas

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Publicado em 25 de fevereiro de 2016 às 12:53

- Atualizado há 2 anos

Foto: Divulgação/ArquivoPara reduzir custos em investimentos, a Petrobras informou aos trabalhadores da Bahia que vai desativar, em março, todos as sondas de perfuração e exploração de petróleo, no estado. É o que diz o Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindpetro), ao relatar uma reunião entre a categoria e a gerência de perfurações da empresa.

Segundo o Coordenador Geral do Sindicato, Deyvid Bacelar, todas as sondas serão hibernadas – nome técnico para a suspensão temporária do funcionamento. Com isso, a categoria teme os efeitos econômicos e sociais gerados pelas demissões dos empregados das empresas terceirizadas. Em relação aos funcionários da Petrobras, o acordo coletivo da empresa preveê o direito de serem treinados e remanejados para outros setores.

“Quanto aos empregados das empresas contratadas, infelizmente, ocorre a demissão. Somente agora, em uma delas, 344 serão demitidos, além dos profissionais de limpeza, serviços gerais, transporte, alimentação e hotelaria. O comércio dessas cidades vai sentir o peso, o município também pode sentir a redução de impostos gerados por essas atividades. São regiões historicamente prejudicadas pelo baixo investimento na área industrial, que agora estão sendo mais impactadas”, disse Dayvid Bacelar, que também é representante dos empregados no Conselho de Administração da Petrobras.

Bacelar acredita que, em 42 municípios baianos, cerca de 900 empregados serão afetados pelo cancelamento das atividades, mesmo que em caráter temporário, principalmente os de empresas terceirizadas. Ele lembrou ainda que, por exercerem atividades específicas ligadas ao petróleo, esses trabalhadores têm mais dificuldade para voltar ao mercado de trabalho.

Nota da PetrobrasEm nota, a Petrobras informou que o Plano de Negócios em vigor reduziu os investimentos previstos anteriormente. Sobre as sondas hibernadas, a empresa esclareceu que está “readequando sua frota de sondas aos atuais níveis de demandas e realizando ajustes na programação da perfuração dos poços".

A empresa também cita o preço do petróleo no mercado internacional para determinar futuros investimentos: "Os investimentos serão mantidos conforme a economicidade dos projetos, face ao cenário internacional do valor do petróleo e taxa de câmbio.”

O Sindpetro disse que outra preocupação da categoria está relacionada à exploração das sondas que serão hibernadas. Segundo, ele as ferramentas ficarão inativas por um tempo, mas as atividades podem interessar a iniciativa privada.

“Se a Petrobras deixa de explorar e de fazer perfurações, consequentemente isso vai gerar uma repercussão na produção de petróleo nos campos maduros terrestres. A voracidade das empresas privadas vai ser maior e elas vão pressionar ainda mais o Governo Federal, o Congresso e a ANP [Agência Nacional do Petróleo], para que tenham acesso a essas concessões que, hoje, estão nas mãos da Petrobras”.

O sindicato da categoria deve se reunir nos próximos dias e discutir formas de mobilizar os chefes dos executivos municipais e estadual.

A nota da Petrobras ainda informa que, atualmente, a empresa “possui 69 concessões de produção em campos de petróleo no estado da Bahia, com atividades sendo desenvolvidas de forma rotineira em todos estes campos, além de 23 blocos exploratórios recentemente leiloados pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), com atividades previstas em contrato.