Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Maryanna Nascimento
Publicado em 4 de setembro de 2017 às 06:00
- Atualizado há 2 anos
Diplomacia, carros pretos e coquetéis podem ser as primeiras imagens que vêm a cabeça de quem não conhece muito sobre o profissional de relações internacionais. É só começar a pesquisar para perceber que os internacionalistas, como são conhecidos os que trabalham na área, não se limitam a atuar apenas em embaixadas e em outros setores públicos. As oportunidades também passam pelo setor privado e pelo terceiro setor (organizações de iniciativa privada, sem fins lucrativos).>
De acordo com Carolina Moulin, professora da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e diretora da Associação Brasileira de Relações Internacionais (ABRI), esse cenário favorável foi construído ao longo da última década. “Nesse período, os cursos de graduação se fortaleceram e o campo de trabalho também. Até então era muito vinculado à carreira diplomática, mas houve uma expansão, inclusive dentro do setor público”, explica. O setor privado e o terceiro setor também aderiram a esses profissionais. No primeiro caso, Carolina diz que com “a presença da economia lá fora e a entrada de investimento externo no Brasil, muitas empresas passaram a contratar (internacionalistas)”.>
O caminho>
Para ser um profissional de relações internacionais não há, por regulamentação, a exigência de ser graduado na área. Porém, o curso permite que o aluno adquira bagagem e, consequentemente, as portas do mercado de trabalho se abrem com mais facilidade. >
Segundo Mateus Souza, coordenador do curso de relações internacionais do Centro Universitário Jorge Amado (Unijorge), o aluno precisa compreender que a formação será tão desafiadora quanto qualquer outra. “É preciso fazer muita leitura, além de ter capacidade de reflexão e análise. Também é necessário compreender que as relações internacionais ocorrem em grandes salas, em Genebra (Suíça), mas também se estabelecem e se modificam na nossa cidade”, diz.>
Uma vez no curso, surge a pergunta: ‘O que eu vou fazer agora?’. De acordo com Tânia Maria Pechir, professora do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (Irel-UNB), a resposta é simples, ‘o que você quiser’. “O profissional de relações internacionais tem um universo vastíssimo de possibilidade de atuação. A decisão de para onde seguir depende do interesse que ele tenha durante a formação”, comenta. Para ajudar, ela aconselha que o estudante já se direcione durante o curso para o que mais chama a sua atenção.>
Tudo sobre a profissão>
Atuação>
Setor público: Embaixadas, área acadêmica, prefeituras, governo estadual e federalSetor privado: Empresas multinacionais, agências de consultoriaTerceiro setor: Organizações não governamentais nacionais ou internacionais, organizações religiosas.>
Salário>
Setor público: Para terceiro secretário/diplomata, inicial de R$ 15 mil; na área acadêmica, a entrada é de R$ 9 a 10 milSetor privado: Um gerente internacional ganha, em média, de R$ 12 mil a 15 milTerceiro setor: A remuneração de entrada, como assistente, pode variar de R$ 7mil a 8 mil, em alguns casos.>
Onde se graduar>
Salvador: Na capital, o curso é oferecido pela Unijorge, maior nota do Brasil entre instituições públicas e privadas, segundo o Enade (2015). Mensalidade a partir de R$ 661,66. Outra opção, recém-lançada, é na Unifacs. Mensalidade a partir de R$ 1.049,00>
Brasil: Nacionalmente, as mais tradicionais são a UNB, a PUC de Minas e do Rio, a UFRJ e a USP.>