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Tem vaga! Comércio quer recuperar empregos com imposto para ‘comprinhas internacionais'

Entidades comerciais denunciavam concorrência desleal enfrentada pelo varejo local diante dos gigantes do e-commerce estrangeiro

  • Foto do(a) author(a) Nilson Marinho
  • Nilson Marinho

Publicado em 14 de abril de 2025 às 06:00

Antoine Tawil, vice-presidente da FCDL Bahia, diz que a taxação deixou a concorrência mais justa para o comércio local
Antoine Tawil, vice-presidente da FCDL Bahia, diz que a taxação deixou a concorrência mais justa para o comércio local Crédito: Divulgação

Os consumidores baianos que adoram compras online podem até estar preocupados com a decisão do Governo do Estado de elevar a alíquota do ICMS de 17% para 20% em compras internacionais feitas por plataformas digitais como Shopee, Shein e AliExpress. Isso porque, embora o impacto não seja necessariamente imediato, os produtos podem ficar ligeiramente mais caros.

Por outro lado, o ajuste fiscal foi recebido com entusiasmo pelo setor produtivo baiano. A medida atende a um pleito antigo de entidades como a FCDL Bahia e a Associação Comercial da Bahia (ACB), que vinham denunciando a concorrência desleal enfrentada pelo varejo local diante dos gigantes do e-commerce estrangeiro, uma situação que ameaçava a manutenção de empregos e a sustentabilidade de pequenos e médios negócios no estado, em um momento desafiador para a economia.

“A medida contribui para uma competição mais justa, permitindo que o comércio e a indústria baianos, responsáveis por milhares de empregos e que movimentam a economia regional, tenham condições mais igualitárias para competir no mercado”, avalia Antoine Tawil, vice-presidente da FCDL Bahia.

Carlos Santana, de 52 anos, é proprietário de uma loja de roupas e acessórios no centro de Feira de Santana, a cerca de 100 km de Salvador. No comércio há mais de duas décadas, ele sentiu os efeitos da concorrência com os grandes marketplaces internacionais. Segundo ele, o impacto direto foi na redução de pessoal.

“Nos últimos dois anos, a gente viu as vendas despencarem, principalmente de produtos como bijuterias, bolsas e roupas mais casuais. Os clientes chegavam na loja, perguntavam o preço, mas diziam que achavam o mesmo produto na internet, vindo da China, por menos da metade do valor. Eu tinha sete funcionários em 2021. Hoje, só consegui manter quatro”, conta.

O empresário acredita que o ajuste na alíquota do ICMS pode ajudar a nivelar o jogo. “A gente não quer que ninguém pare de comprar pela internet. Só queremos ter condições justas de competir”, completa Carlos.

De acordo com Paulo Cavalcanti, da ACB, o comércio baiano estava sendo sufocado por uma desigualdade tributária “que colocava em risco a sobrevivência de inúmeras empresas locais”. Para ele, a mudança representa um passo importante rumo à justiça fiscal, especialmente para os pequenos e médios empreendedores que não tinham como competir com preços tão baixos. Segundo ele, a diferença de tratamento vinha afetando não apenas o faturamento das empresas, mas também a geração de empregos, a capacidade de investimento e até a formalização de negócios.

Paulo Cavalcanti afirma que o comércio baiano estava sendo sufocado por uma desigualdade tributária
Paulo Cavalcanti afirma que o comércio baiano estava sendo sufocado por uma desigualdade tributária Crédito: Divulgação

“Produtos importados entravam no país com carga tributária irrisória ou até nula, enquanto os nossos empreendedores, que geram emprego e arrecadação, enfrentavam uma das maiores cargas tributárias do mundo. Essa desigualdade não afeta apenas o lucro, ela mina a sustentabilidade do setor produtivo local, reduzindo sua capacidade de manter empregos, de investir em tecnologia e até de cumprir obrigações tributárias e trabalhistas”, examinou Cavalcanti.

Além de equilibrar a concorrência, a nova alíquota pode ter impacto direto sobre o mercado de trabalho baiano, segundo Tawil. Ele diz que, com o fortalecimento do comércio e da indústria locais, a expectativa é não só proteger os empregos existentes, mas também gerar novas vagas, especialmente nos pequenos negócios.

A medida é vista pelo setor como uma forma de estimular o consumo de produtos locais e dar fôlego às micro e pequenas empresas que vinham sendo duramente afetadas pela concorrência digital internacional. Outro efeito esperado é a retomada da capacidade de inovação por parte dos empreendedores baianos.

Marcela Borges, economista com especialização em Gestão de Negócios e Desenvolvimento Regional, e consultora em capacitação empresarial, diz que agora é essencial que os empresários busquem qualificação contínua, tanto em gestão quanto em atendimento e marketing digital

“Hoje, há diversos cursos gratuitos e acessíveis que ajudam o empreendedor a organizar melhor seu negócio, controlar o caixa, vender mais e fidelizar o cliente. Ferramentas simples podem fazer uma grande diferença na competitividade, principalmente neste novo cenário”.

No site do Sebrae, por exemplo, os empresário encontram cursos gratuitos, online e presencial, como primeiros passos no marketing digital, qualidade no atendimento ao cliente, gestão estratégica para comércio eletrônico, vendas para Ecommerce, entre outros.

“Já quem está de olho nas possíveis vagas que devem abrir com o possível aquecimento do comércio podem se qualificar com cursos e workshops do Fecomércio-BA e Senac. Para isso, o recomendável é acompanhar os sites e redes sociais da instituição e entidade para conferir as disponibilidades”, comenta Marcela.

Além disso, em Salvador, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Emprego e Renda (Semdec) oferece cursos gratuitos em diversas áreas de serviços, com foco na capacitação profissional para o mercado de trabalho ou empreendedorismo. A pasta diz que as oportunidades incluem formações nas áreas de logística, gastronomia, teleatendimento, saúde, construção civil, energia solar, tecnologia, setor têxtil, entre outras.

“Os interessados podem acompanhar a abertura de vagas e se inscrever acessando o site salvadordigital.salvador.ba.gov.br ou seguindo o perfil oficial da secretaria no Instagram: @semdecsimmsalvador”, orientou a pasta.