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Sua empresa tem maturidade para inovar?

Pesquisa mostra que 79,2% das empresas não possuem maturidade para investir em inovação 

  • Foto do(a) author(a) Carmen Vasconcelos
  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 12 de setembro de 2022 às 06:00

. Crédito: Shutterstock/reprodução

O dicionário define inovar como realizar algo novo ou que nunca havia sido feito antes; produzir novidades. No mercado, especialmente depois do colapso provocado pela pandemia, inovar virou uma questão de sobrevivência no chamado mundo BANI (sigla inglesa para frágil, ansioso, não linear e incompreensível). 

Um estudo realizado pela ACE Cortex, sobre Corporate Venture Building, com o objetivo de mapear a transformação de novos negócios e serviços, revelou que apenas 23,2% das organizações brasileiras contam com líderes que admitem praticar a inovação. 

A pesquisa foi realizada com mais de 200 executivos, com cargos de C-Levels e diretores, e revelou que entre os principais entraves para a inovação estão o desenho de uma estratégia geral (31,4%) e a falta de capacitação dos colaboradores para atuarem com inovação (17,6%). Entre as empresas que não praticam a inovação, a baixa ou média maturidade para atuar com o tema foi indicada por 79,2% delas. 

O sócio da Olívia Brasil, empresa de consultoria especializada em processos de transformação organizacional, Reynaldo Naves diz que, os últimos dois anos, deixaram claro que não se pode apostar que a inovação seja uma resposta apenas para a tempestividade e imprevisibilidade do contexto externo.

“As organizações perceberam que têm que inovar para se manter sustentáveis frente a contextos imprevisíveis e não lineares. Aí a inovação deixa de ser apenas um processo e passa a ser também uma mentalidade na qual está baseada a cultura organizacional”, esclarece Naves, ressaltando que não são as organizações que mudam, e sim as pessoas que a conduzem, mobilizam e colocam em prática as soluções inovadoras.

Foco no cliente

A coordenadora do curso de Administração da Faculdade Anhanguera de Salvador, Barbara Cabral diz que, no mundo globalizado, o cliente é o centro das decisões das empresas e que a tecnologia deve estar presente nos produtos e serviços que são oferecidos no mercado consumidor. Bárbara Cabral destaca a importância de colocar as reais necessidades dos clientes no centro das soluções na área de inovação (Foto: Divulgação)  A professora pontua a importância de atentar para alguns elementos fundamentais no processo de inovação que resultem na manutenção dos clientes no maior prazo possível e que traga lucro para as empresas. 

“Manter o cliente não significa necessariamente geração de resultado, para que isto aconteça o produto/serviço adquirido pelo cliente precisa ter um custo baixo para a empresa, ter uma venda constante e uma quantidade ideal que supere o ponto de equilíbrio, onde a receita total é igual ao custo total e o lucro é zero”, esclarece.

CEO e co-fundador da startup DeÔnibus, o empresário Breno Moraes acredita que inovar esteja diretamente relacionado à capacidade de encontrar novas soluções para problemas já conhecidos ou que ainda vão surgir. Na sua experiência pessoal, ele pontua que o foco de qualquer empresa precisa estar em sanar a dor do cliente. Breno Moraes defende a cultura organizacional e a gestão como as chaves para implantar a inovação como parte dos processos de uma organização (Foto: Divulgação) “Vivemos em um mundo em constante transformação e com mudanças cada vez mais rápidas e incertas. Aprender a conviver com essas mudanças e a agir rápido em busca de soluções passa a ser uma questão de sobrevivência para as organizações que querem triunfar no mundo BANI”, diz.

Para Moraes, o segredo de trazer a inovação para os negócios está em colocar o cliente no centro, mas também ter clareza nos objetivos estratégicos e resultados esperados, realizar ciclos curtos de planejamento tático, garantir no ambiente de trabalho equipes multidisciplinares com foco e autonomia. “É fundamental que a gestão seja descentralizada com decisões orientadas por meio de dados, além de acabar com o medo errar. Só assim uma organização consegue pensar em inovação”, defende. 

Chave para inovar

Bárbara Cabral esclarece que para adotar inovações eficientes, com qualidade e com o mínimo de erros, e eficazes, que atinjam o objetivo da empresa - o lucro-, é imprescindível que as organizações dediquem tempo à coleta de dados do mercado, mantenham equipes colaborativas, analisem as tendências de mercado e realizem a venda personalizada. 

“Quanto mais informações obtiverem acerca da história, da cultura, dos hábitos de compra, necessidades ocultas dos seus clientes e seus grupos de influência, mais estarão aptas a entrarem na mente dos seus consumidores e lançarem produtos e serviços inovadores que estejam à frente da concorrência e satisfaçam os desejos dos consumidores”, reforça a educadora. 

Bruno Moraes lembra que é possível errar de forma planejada, com a criação de experimentos e processos que vão ajudar a minimizar as perdas. “Errar rápido e aprender rápido com nossos erros é a perspectiva. Acredito que a cultura de trabalho e o desenho organizacional são chaves para potencializar a inovação nas organizações, então é fundamental criar o ambiente certo para inovação e tudo começa com a cultura de trabalho da empresa e do exemplo de sua liderança”, afirma. 

Para ele, nesse processo, a equipe de colaboradores precisar estar sensibilizados para apresentarem comprometimento, resiliência, aprender rápido, foco no resultado e trabalho em equipe. “Tudo isso gera resultados positivos se houver transparência, honestidade, otimismo e respeito”, complementa.  

Reynaldo Naves defende que a inovação virá como resultado do processo numa organização. Para ele, aquelas companhias que só focam na inovação como resultado, perdem de vista a importância do processo, sendo expostas a ineficiências como duplicação de tarefas, gastos desnecessários e outros tantos. Já aquelas organizações cujo olhar se centra unicamente no processo, com segurança, serão presas de sua própria burocracia tornando mais difícil a obtenção de resultados. 

“A inovação como estado mental tem a ver com a internalização de uma mentalidade inovadora em toda a organização e do desenvolvimento de uma cultura organizacional que favoreça o pensamento que rompa com as estruturas”, afirma, reforçando que isso, realmente, faz das pessoas e equipes protagonistas da resolução de problemas e proposição de soluções face a qualquer contexto.

Naves é categórico em garantir que qualquer empresa pode inovar. O representante da Olívia acredita que, se por um lado a empresa menor possa ter potencialmente mais flexibilidade e agilidade, não dispõe de capital e muitas vezes de escala. Já a empresa maior tem recursos e estruturas, e por outro lado, pouca agilidade e complexidade excessiva. 

“O importante será alinhar a liderança na construção de uma estratégia clara de negócios e inovação; definir uma governança consistente com poucos e práticos indicadores de sucesso, que devem ser acompanhados com frequência pela liderança; desenhar uma cultura organizacional com comportamentos, processos e símbolos que sustentem a estratégia e a forma de atuar de qualquer colaborador”, finaliza, reforçando que não é complexo, mas que requer disciplina e propósito. 

Passos para garantir a inovação

-    Clareza nos objetivos estratégicos e resultados esperados

-    Ciclos curtos de planejamento tático

-    Cliente no centro: Foco em resolver a dor do cliente

-    Equipes multidisciplinares com foco e autonomia

-    Gestão descentralizada com decisões orientadas a dados

-    Acabar com o medo de errar 

-    Cultura de experimentação: aprender rápido se está no caminho certo ou não

-    Competências do time: Comprometimento, resiliência, aprender rápido, foco no resultado e trabalho em equipe

-    Valores não negociáveis: Transparência, honestidade, otimismo e respeito (Fonte: Breno Moraes)