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Da Redação
Publicado em 6 de julho de 2024 às 09:00
Um estudo, que faz parte da 27ª edição Índice de Confiança Robert Half e divulgado recentemente, revelou que 64% dos negócios contam com políticas para fomentar a equidade de gênero no ambiente corporativo. Este número representa um aumento de seis pontos em relação ao ano passado, e um crescimento de 9% se comparado a 2022, quando apenas 55% das organizações contavam com esse tipo de iniciativa.
Mas, especialistas indicam que ainda não é o bastante, visto que o mesmo estudo também revelou que 52% das empresas ainda acreditam que precisam ampliar a participação feminina no quadro de colaboradores para se tornarem mais igualitárias. Pensando nisso, Anna Guimarães, Presidente do Conselho Consultivo do 30% Club Brazil, capítulo da campanha global que promove a equidade de gênero nos Conselhos de Administração das 100 maiores companhias do Mercado de Capitais, destaca algumas ações para que a promoção da equidade aconteça efetivamente nas organizações
1. Políticas de recrutamento inclusivas
Incentivar a implementação de políticas de recrutamento inclusivas com foco em mulheres é uma forma eficaz de criar um local de trabalho diversificado, equitativo e acolhedor. Essas medidas auxiliam a combater a discriminação e a possibilitar oportunidades iguais para todos, independentemente de gênero. Sendo assim, é importante revisar os processos a fim de garantir que sejam, de fato, inclusivos e livres vieses inconscientes, com foco em atrair e recrutar talentos com base em habilidades, experiência e potencial,
“A promoção da equidade precisa existir em todas as esferas de uma instituição, logo é altamente recomendado ter um time de Recursos Humanos que promova e demonstra a relevância dessa temática para a corporação”, explica Anna Guimarães.
2. Desenvolvimento profissional equitativo
Investir em programas que dão suporte na capacitação de mulheres em diversos níveis da organização é fundamental. A ideia é proporcionar igualdade de crescimento e avanço para os colaboradores por meio de programas de treinamento, mentoria, oportunidades de liderança que visam nivelar o campo de atuação. Assim, é possível assegurar que as pessoas tenham as mesmas condições para aprimorar habilidades e alcançar metas profissionais.
3. Equidade salarial
Este é um princípio fundamental para que a equidade entre homens e mulheres aconteça na prática no mundo corporativo, pois garante que trabalhadores que realizam funções semelhantes ou de igual valor recebam remunerações comparáveis É uma questão de justiça e igualdade, a fim de corrigir desigualdades históricas e sistêmicas no âmbito profissional. Ao fomentar a ação, as empresas não apenas demonstram compromisso com valores éticos, mas também contribuem para um meio empresarial mais inclusivo e motivador, em que toda a equipe é reconhecida e recompensada de maneira justa pelo seu trabalho e contribuição no sucesso da organização.
4. Cultura organizacional inclusiva
A cultura organizacional inclusiva significa valorizar e celebrar a diversidade de gênero em todas as formas, garantindo que todos os colaboradores, independentemente da origem, identidade ou capacidade, se sintam bem-vindos, respeitados e capacitados.
“Além de práticas efetivas, precisamos encorajar a criação de uma liderança humana e inclusiva, que reconhece a importância de um modelo em que as pessoas podem ser autênticas, sem medo de discriminação ou preconceito, fomentando um senso de pertencimento. É necessário impulsionar a inovação, a criatividade e a colaboração entre equipes diversas”, conclui Anna.
5. Políticas de flexibilidade
A implementação de políticas flexíveis que permitam aos colaboradores equilibrar suas responsabilidades profissionais e pessoais é parte importante no impulsionamento da paridade dentro das instituições. Isso inclui opções de atuar remotamente, horários flexíveis e licenças parentais justas para ambos os gêneros. “Parece simples, mas esse fator pode ajudar a eliminar barreiras que afetam desproporcionalmente as mulheres, já que muitas são mães e enfrentam duplas e triplas jornadas”, pontua a Presidente.
6. Metas e medição de resultados:
De acordo com a especialista, a definição de metas específicas focadas em alcançar a equidade de gênero precisa existir. São elas que norteiam todo o trabalho desenvolvido pela organização. A partir disso, é necessário realizar o monitoramento do progresso com regularidade. Isso pode incluir contratação, promoção e representação de mulheres em cargos de liderança que devem ser apresentados em números concretos a partir de relatórios regulares. “Esses fatos ajudam a manter o foco da corporação e demonstra comprometimento com a causa”, reforça Anna.
“A oportunização da equidade de gênero é um processo contínuo que requer dedicação e colaboração de todos os membros da uma empresa, mas principalmente do alto escalão. Todas as iniciativas devem ser adaptadas ao contexto e à cultura da mesma, contudo são fundamentais para criar um espaço em que a equipe possa prosperar igualmente, assim proporcionando um futuro igualitário e inclusivo”, finaliza a Presidente do 30% Club Brazil.
SOBRE O 30% CLUB BRAZIL:
O 30% Club Brazil é o capítulo nacional do 30% Club, campanha global, sem fins lucrativos, voltada aos países do G20, que tem por missão promover a equidade de gênero nos Conselhos de Administração das 100 maiores companhias do mercado de Capitais e também nas posições C-Level. Liderada por presidentes de Conselho e CEOs, a iniciativa tem como meta que o País atinja 30% da equidade de gênero nos Conselhos de Administração até 2026. Para isso, desenvolve uma série de ações, incluindo comitês de inovação, tecnologia e ESG; programa de bolsas; capacitação de mulheres líderes por meio de programas de mentoria e também a premiação 30% Club Brazil Award, que tem como finalidade reconhecer às companhias do IBrX 100 que contemplam 30% ou mais de mulheres nos Conselhos de Administração. Acesse o site e saiba mais!