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Carmen Vasconcelos
Publicado em 4 de fevereiro de 2025 às 09:00
O início do ano é o momento ideal para a organização das finanças, especialmente por conta de despesas extraordinárias que entram no orçamento dos brasileiros neste período, como IPTU, IPVA e material escolar. Este é um desafio ainda maior para as pessoas que não têm a organização financeira como parte da rotina, aumentando os riscos de endividamento em excesso. >
No Brasil, de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o percentual de famílias endividadas cresceu de 76,6%, em 2023, para 77%, em 2024.>
Luciana Nicola, diretora de Relações Institucionais e Sustentabilidade do Itaú Unibanco, afirma que o endividamento é um problema multifatorial e complexo, resultante de variáveis econômicas, sociais e culturais, mas reforça a importância da conscientização para evitar o acúmulo de dívidas. “A educação financeira sempre fez parte da estratégia de sustentabilidade do Itaú Unibanco. Nós acreditamos que uma pessoa bem-informada faz escolhas financeiras melhores e fortalece o seu bem-estar no presente e no futuro, o que também permite conquistar seus sonhos e objetivos no longo prazo”, afirma a executiva. >
Para ajudar na organização e no planejamento neste início de ano, o Itaú Unibanco sugere cinco práticas que podem ser adotadas para ajudar na construção de hábitos financeiros saudáveis. >
1. Crie uma planilha de controle financeiro
Para começar a se organizar melhor, anote em uma planilha todo o seu ganho mensal (salário, renda extra, rendimentos) e as suas despesas fixas e variáveis. Separe os gastos por categoria e identifique o que é não é necessário no momento e em que é possível economizar. Planeje com antecedência o orçamento para eventuais gastos adicionais, como uma viagem ou um curso que deseja fazer, por exemplo. Com maior organização e controle, forme também uma reserva de emergência, equivalente a seis meses ao valor médio das despesas fixas e variáveis, para cobrir imprevistos e evitar perder a qualidade de vida ou acumular dificuldades financeiras para lidar com essas situações. >
2. Regularize pendências
Se você tem contas em atraso ou muitos valores em aberto com empréstimos, saiba exatamente qual é o tamanho das suas dívidas, incluindo taxas de juros e multas por atraso. Classifique-as da mais antiga para a mais recente, anotando primeiro as de maior valor. Primeiramente, converse com os credores para renegociar as dívidas mais antigas e considere usar um crédito com juros mais baixos para pagar uma dívida de juros altos. Por exemplo, tomar um empréstimo para pagamento de uma fatura de cartão de crédito atrasada. Nessas situações, é fundamental ter um bom controle de orçamento para saber exatamente quanto pode pagar em parcelas do novo empréstimo, além dos seus compromissos atuais. >
3. Recupere o crédito
Ao quitar as dívidas, o nome do devedor é retirado automaticamente de serviços de proteção ao crédito, como o Serasa, o Boa Vista e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) Brasil. Caso tenha um protesto em cartório, é necessário solicitar os dados da pessoa ou empresa que executou o protesto presencialmente. Em seguida, deve-se buscar o credor para quitar a dívida e solicitar uma carta para confirmação do pagamento, que deve ser entregue ao cartório para dar baixa. Regularizar a situação do seu CPF é importante para não ter problemas ao acessar diferentes serviços, como novos empréstimos que contribuam para reorganização financeira ou mesmo para conseguir alugar um imóvel ou assinar serviços de internet, em alguns casos. >
4. Mude a atitude
Ao retomar o controle de suas finanças, procure manter uma rotina de controle financeiro. O crédito é uma ferramenta importante para as pessoas atenderem a diferentes necessidades e realizar planos, mas deve-se usá-lo de forma equilibrada, assim evitando uma volta a situação de endividamento. Além disso, busque conhecer os diferentes tipos de crédito disponíveis no mercado, suas recomendações de uso e particularidades, planejando e prevendo parcelas em seu orçamento mensal. >
5. Converse com a família e os amigos
No processo de organização das dívidas, a sobrecarga e a culpa são sentimentos comuns que podem surgir. Além do suporte emocional, os familiares e amigos podem ajudar a economizar ou até contribuir com ideias para renda extra. Essa rede de apoio é importante para reduzir não só o impacto financeiro da situação, mas também das possíveis complicações em termos de saúde mental.
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