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Carmen Vasconcelos
Publicado em 25 de dezembro de 2024 às 06:00
As demissões em bancos, de tempos em tempos, ganham destaque no noticiário. Embora tais notícias transmitam uma atmosfera negativa para o público em geral, pouco se fala sobre as novas oportunidades que surgem dentro das instituições à medida em que cargos operacionais perdem relevância e dão espaço a postos mais estratégicos, que demandam mais da expertise humana e que, dificilmente, serão 100% delegados a robôs.
“Os bancos estão fazendo uma clara substituição do bancário antigo, que não se preocupava em estudar, qualificar-se ou desenvolver habilidades comportamentais, por bancários de uma nova geração, que entendem o poder de trabalhar em si diversas capacidades. Já estruturei e conduzi treinamentos em várias instituições grandes do mercado financeiro, e posso garantir que há uma preocupação por parte dos gestores em garantir que essa mudança aconteça”, revela Amanda Natacha, sócia e conteudista do Grupo Eu me banco Educação.
A executiva explica que por ser uma edtech voltada para formação de bancários e especialistas em investimentos, o Grupo Eu me banco Educação está frequentemente estudando o mercado para identificar tendências e demandas que impactam diretamente o perfil do profissional que trabalha no setor financeiro. E as projeções para o próximo ano são otimistas: mais de 3 mil vagas em bancos foram anunciadas na primeira quinzena de dezembro e a tendência de alta nas contratações deve se manter em 2025.
Com média de 1,7 mil vagas por mês, mercado busca um novo perfil de bancários
Antes de falar especificamente sobre as vagas, é relevante olhar com atenção para o panorama de demissões e contratações nas instituições financeiras. No primeiro bimestre de 2024, os bancos eliminaram mais de 4 mil postos de trabalho bancários. É o que revela a Pesquisa do Emprego Bancário (PEB) n.º 31, de 2024, elaborada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Outro dado, extraído do Novo Caged do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e publicado na PEB n.º 31, mostra que embora as demissões tenham acelerado entre fevereiro de 2023 e fevereiro de 2024, as contratações acompanharam esse movimento, apontando uma clara substituição do antigo bancário por uma nova leva de profissionais, com perfil mais capacitado, certificado e voltado para alta performance.
Ao total, 40.192 novas contratações aconteceram no período analisado pela PEB, e no primeiro bimestre de 2024 o salário mensal médio alcançou o valor de R$ 5.573,21, desconsiderando benefícios que acumulam mais de R$ 2 mil em vale alimentação e vale refeição.
Ainda de acordo com o Novo Caged do MTE, a criação de empregos no setor aconteceu em todos os estados do país, abrangendo 889 municípios. Além disso, no mercado financeiro como um todo, foram criados 20,5 mil postos de trabalho entre fevereiro de 2023 e fevereiro de 2024, uma média de 1,7 mil postos de trabalho por mês, com destaque para cooperativas de crédito e securitários, com 16,3 mil novos postos de trabalho em 12 meses.
Vagas anunciadas em dezembro superam a marca de 3 mil
No início de dezembro, o Sicredi abriu novos processos seletivos para preencher cerca de 900 vagas em suas unidades espalhadas por todas as regiões do Brasil. No site de outra cooperativa financeira, o Sicoob, quase 1 mil postos estão abertos na página de vagas de emprego.
Os grandes bancos também estão com um volume expressivo de oportunidades de contratação. Basta uma rápida pesquisa para encontrar notícias sobre ofertas publicadas neste mês de dezembro em instituições como Santander (283 vagas), Itaú Unibanco (275 vagas), Bradesco (436 vagas), PagBank (270 vagas), entre outras vagas em áreas diversas de bancos, cooperativas financeiras, fintechs, corretoras e escritórios de investimentos, disponíveis para candidatura em plataformas como Gupy e LinkedIn.
Empregabilidade está ligada ao nível de capacitação dos candidatos
A alta demanda com pré-requisitos técnicos e comportamentais mais avançados tem gerado um aumento no número de profissionais que buscam certificações como as oferecidas pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Segundo a Anbima, considerando somente as certificações ativas (e não o total de emitidas) em 2024, há 259 mil profissionais com a certificação CPA-10, 167 mil certificados com a CPA-20, 25 mil especialistas em investimentos chancelados pela certificação CEA e mais de 17 mil contam com os certificados CFG (6.686), CGA (5.620) e CGE (4.774).
O movimento que fez com que tantos profissionais buscassem certificações começou em 2019, de modo paralelo a fundação do Grupo Eu me banco, que antecipou a tendência de contratações em bancos para cargos mais estratégicos - inicialmente na área de investimentos, hoje, também em segmentos diversos como varejo, alta renda, atacado e mercado financeiro internacional.
“Para que a empregabilidade no setor continue em alta, a escola, por meio de suas spin-offs, programas de MBA e cursos de formação, tem dedicado esforços para que seus conteúdos programáticos atendam, sob medida, o perfil que as instituições financeiras buscam para reforçar seus times e subir a régua de excelência que rege o mercado”, conclui Amanda Natacha.